"Cumbe", de Marcelo D'Salete é uma obra de quadrinho que trata da revolta dos escravos no Brasil.
A palavra "cumbe" significa quilombo, mas, tambén, sol, dia, luz, energia que irradia da revolta.
O próprio título revela a pulsão radiante dos escravos revoltosos, ainda que a sociedade da época os mantém silenciados.
O autor fez pesquisa sobre a etnia Bantu, em especial sua cultura, linguagem, música etc., para contextualizar o enredo.
Desse modo, há, na obra, dados históricos, como o sumidouro.
Os quadrinhos são em preto e branco. É uma outra dualidade da obra, bem como retrata a ausência de cor, ausência de dignidade, humanização dos escravos.
De modo geral, aborda a violência, desumanização dos escravos.
O silêncio dos quadrinhos em que não há texto, apenas imagem, é um recurso linguístico muito utilizado nos quadrinhos. Pode fazer referência ao silenciamento dessas pessoas oprimidas.
A ausência de som grita.
Assim como há o lado sombrio decorrente da crueldade que sofrem os escravos, o narrador traz a noção oposta de esperança.
Apresenta-se o desejo de liberdade dos escravos, suas vontades de reagir contra o status que vivem e não viverem passivamente diante da condição de vida aviltante.
"A Assombração da Casa da Colina", de Shirley Jackson, do gênero gótico, com características de emulação de um romance vitoriano.
O tema é o suicídio da protagonista, de enredo simples, do clássico sobre casa mal assombrada.
Um parapsicólogo, Dr. Montague, busca informações para sua pesquisa sobre fenômenos sobrenaturais, até que toma conhecimento da casa da colina.
Os proprietários da casa permitem que ele a utilize para seus estudos, cujo objetivo era levar pessoas com poderes paranormais para passar a noite na casa e observar o que ocorre.
Os donos da casa autorizam a pesquisa, desde que uma das pessoas escolhidas para a experiência seja o herdeiro da casa, Luke.
Luke é um rapaz desocupado, que vive esperando a herança.
As demais pessoas são chamadas via cartas. Das pessoas que recebem as cartas, apenas duas respondem a correspondência, Theodora, uma artista decadente e Eleonor, a protagonista.
Eleonor viveu a infância com a irmã e a mãe, numa casa onde aconteciam coisas não explicadas. Culpa-se pela morte da mãe. Leva uma vida desinteressante, mora no porão da casa da irmã. Sua vida muda a partir do convite do cientista.
A casa era abandonada, apenas os caseiros a frequentavam durante o dia.
Conta o livro que a casa não tinha sanidade, desabitada há 80 anos e era conhecida como mal assombrada.
Eleonor é a primeira que chega à casa, seguida por Theodora.
O enredo circunda as patologias mentais de Eleonor, que são reveladas pela própria permanência dela na casa.
A personagem é altamente sugestionável e o ambiente propício faz emergir suas neuroses e psicoses.
Os moradores da casa passam a preocupar-se com o estado psicológico de Eleonor.
Há traços de esquizofrenia de Eleonor, desenvolve relação de dependência e interesse afetivo a Theodora.
Começam fenômenos anormais direcionados à Eleonor, que vai desenvolvendo um sentimento de pertencimento a casa, ao mesmo tempo que planeja suicídio.
A esposa do cientista, também paranormal, chega à casa. Todos concluem que a casa estava fazendo mal à Eleonor e que ela deve deixar a casa.
Eleonor vive um luto pela despedida da casa. Ao deixar a casa, segue dirigindo e bate em uma árvore e morre.
Não fica claro se a casa apresenta fenômenos paranormais ou se é uma cada comum, com ruídos normais decorrentes de estrutura mesmo e Eleonor vê as coisas autosugestionada, pois a história é contada a partir da ótica dela.
O tema do suicídio o funcionamento - doentio, desvirtuado - da cabeça do suicida é uma reflexão importante que se infere da obra.
Por fim, vale ressaltar que a casa, também, pode ser considerada personagem protagonista, dada sua organicidade, relevância na condição psicológica de Eleonor.
"A sociedade do cansaço", de Byung-Chul Han, filósofo sulcoreano, é uma obra que transita em áreas diversas do conhecimento.
O autor considera a atual sociedade cansada, convidando o leitor à refletir sobre a sociedade moderna e sua lógica de funcionamento que chama de imunológica.
A referência à terminologia das Ciências Biológicas é utilizada para justificar o comportamento da sociedade atual enquanto repele o outro, como sendo algo que oferece risco, perigo.
Assim, devido os riscos da nocividade do outro, passamos a nos socorrer de recursos que nos faça vevitar o que vem do outro.
Trata do excesso de positividade, ao discorrer o entendimento das pessoas que acreditam poder tudo.
Em contrapartida às proibições estudadas pela psicanálise, o excesso de positividade atual é maléfico, ideia ilusória, perniciosa.
As situações da vida não dependem somente do esforço pessoal, mas de variáveis que não controlamos. Assim, desde que haja uma busca incessante pelo que se considera sucesso, haverá frustração, dado que nem todos alcançaram seus objetivos.
Trata do processo de pasteurização das maneiras de desenvolvimento das pessoas, sem que usufruam do momento de contemplação, apagando a individualidade.
A contemporaneidade, que repudia o tempo do tédio, deixa de refletir sobre si, sobre a nossa existência.
Questiona se os nossos sonhos são, mesmos, os nossos ou não nos seriam impostos pelas interações amplas que a tecnologia avançada permite.
A obra dialoga com clássicos como Freud, Foucault, Marx, Nietzche.
Culto do corpo na contemporaneidade implica em certa aniquilação do indivíduo como ser pensante, do nosso lugar no mundo.
Não se sabe mais se escolhemos nossos caminhos ou somos escolhidos sem muito poser de negociar.
As oatologias psicossomáticas da atualidade seriam consequência dessa extrema produção, otimização, positividade.
Entende que a celebração da arte, de ver e enxergar o inútil, pode ser caminho da sobrevivência do homem pensante, consciente da sua condição.
Aborda a dificuldade em namão ser reativo o tempo todo, pela quantidade insana de estímulos que não pernite algo como o "ócio criativo", não ha muita margem para nao sermos reféns do que vivemos.
Parece-me que emerge uma contradição a partir da overdose de informações, a qual, justamente, acaba por deixar o campo fértil que frutifica a própria criatividade vai se esgostando, exaurindo-se, levando ao efeito contrário ao esperado.
Nessas discussões, surgem as patologias da mente contemporâneas, como Síndrome de Burnout, hiperatividade etc.
Que satisfação falar sobre obras de Maria José Dupré, a Sra. Leandro Dupré. Emociono-me!
Desde criança, devoro os livros da Sra. Dupré. Ouso dizer que, provavelmente, seja minha autora predileta. Quiçá, tenha sido ela que me enveredou para a área das leituras, com as obras da Coleção Vagalume.
Recordo-me, com o prazer inerente às atividades imaginativas e criativas que perduram no tempo, de que, com o meu irmão de elenco único, costumava performar teatralmente as obras.
Hoje, me deparei com a Série "Luz e Sombra", baseado no romance da escritora Maria José Dupré, com adaptação de Adriana Lisboa, Wagner Sampaio e Dimas Oliveira Junior.
De acordo com a publicação no canal do Youtube de Dimas Oliveira Junior, de 24/09/19, divodida em 9 capítulos, "Luz e Sombra" conta a história de uma família da nobreza tradicional de barões do café do século XIX, vivendo os momentos finais da escravidão no Brasil, seus reflexos e conflitos familiares.
Episódio I
Cidade, ainda Província, de São Paulo, em 1903, em um cômodo vazio de casarão da época, vestida de preto, xx caminha pensativa.
Província de São Paulo, 1887.
Maria Letícia, censurada pela mãe, casou-se com Fernão em conformidade com as tradições patriarcais da época, mas, mais contumazmente, em rivalidade com a irmã, interessada no cadidato, Francisca Michelina.
Triste e arredia, como observado pela mãe e irmãs, Michelina, com violetas nos cabelos, dizia que não era feliz e vaticinava que Maria Letícia, também, não o seria.
Episódio II
Colheira próspera de café, Fernão, direito,
Matriarca Maria Letícia, solicita à Mãe, que os pais cedessem os escravos Modesta e Benedito para servi-la em sua nova casa. Convida a irmã Rosa para passar uns dias em seu novo lar, que aceita a contragosto por anuência da Mãe.
Escravas lavam roupa à beira do rio, falando do cativeiro do trabalho escravo, das crueldades do Feitor, supervisionadas pelo próprio.
Lamentam as dores da vida com cantigas em língua materna africana.
Feitor Joaquim e Frederico cobiçam a escrava Salustiana. O Feitor tenta abusar da moça às margens do rio. Ela foge.
Maria Letícia e Fernão falam, num cenário bucólico, da felicidade das núpcias. Letícia cita versos de Fernando Pessoa.
Novos escravos chegam da Bahia, batucam suas danças originárias.
Episódio III
Paço Municipal de São Cristovão, Rio de Janeiro, 1888
Na Capital do Brasil, Sr. Xx conversa com Princesa Izabel sobre a abolição da escravatura.
Princesa Izabel refere que a construção do Brasil é triburária à "raça" negra.
Trata da necessidade da renúncia do usufruto dos negros que considera, injustamente, infelizes.
Salustiana mostra-se com espírito de liderança e entre os negros. Feitor Joaquim tenta atacá-la novamente.
Escravos tratando mal um ao outro, numa cadeia de opressão entre eles mesmos.
Irmãs Maria Letícia e Mana Rosa conversam. Escrava Zaila noticia que Escrava Inocência cuspiu dentro dos barris de água.
Episódio IV
Maria Letícia ordena ao Feitor Joaquim que castigue Inocência severamente pelo ocorrido.
Rosa ressalva que Inocência é doente, sofre de ataques, que não seria prudente cartigá-la com sova, sugere que a enviem a Santarém. Maria Letícia não muda de ideia.
Inocência é açoitada. Grita clemência a Sinhá Letícia, bradando ser branca.
Inocência morre.
Fernão questiona Maria Letícia, diz teria sido melhor não castigá-la pelo tronco. Sinhá Letícia não cede.
Os escravos veem Inocência morta no tronco. Levam-na para enterrá-la sob cantos africanos.
Fernão, Letícia e Rosa comentam a morte de Inocência pela sova de chibata.
Fernão considera o episódio desnecessário e desagradável. Rosa, apesar de ter discordado da irmã, a consola diante do erro.
Episódio V
Os escravos preparam o enterro de Inocência.
As mulheres lamentam, mas não se mostram arrependidas de rerem denunciado Inocência. Os homens choram em silêncio.
Fernão fala a Maria Letícia sobre a notícua dada por Alberto pela abertura de um inquérito pela acusação de assassinato da escrava ordenada pela Sinhá.
Comentam sobre quem teria feito a denúncia, possibilidade de ser um abolicionista.
Fernão questiona as ordens ao Feitor Joaquim, que fala a verdade, contrariando as justificativas de Letícia de que não teria intenção de que o castigo fosse tão grave como contou ao marido.
Letícia e Rosa conversam sobre o escândalo. Letícia lamenta o ocorrido por ver o marido sofrer por haver o inquérito. Rosa lembra a irmã de seu orgulho de não ter voltado atrás.
Província de Sã Paulo, fevereiro de 1888
Senhores e clero conversam sobre a lavoura. Padre fala do aumento produção de café para o ano seguinte, enquanto alguns acreditam ser o cultivo de algodão mais próspero.
A abolição é citada como fator importante no sucesso da agricultura.
Mesmo os abolicionistas não querem o fim da escravidão para o momento. Tratam da possibilidade de substituição da mão de obra escrava pela do imigrante.
Episódio VI
Na casa grande, Maria Letícia e Rosa lembram de fugas e invasão de escravos e os perigos que traziam à propriedade.
Letícia empunha uma espingarda e enfrenta os invasores ao lado de fora do casarão, acompanhada dos escravos da casa, temerosos.
Os escravos invasores se apresentam dizendo que querem apenas comer. Em princípio, Sinhá Letícia não acredita, mas dá alimento aos homens. Ela chora.
Dias depois, chega o noivado de Francisca Miquelina, que lamenta não poder se casar com homem que não ama, nem escolheu.
O casamento de Miquelina e Rodolfo acontece. A noiva chora e o evento é sombrio, mais se parece um funeral do que dara celebrativa.
O Feitor persegue Salustiana na mata e a estupra. Salustiana demonstra ter gostado e, ao final, chuta-o, indo banhar-se nua na cachoeira.
Barão Félix e Baronesa ficam sabendo do inquérito, questionando quem teria feito a denúncia.
Episódio VII
Senhora Barosa amiga visita a família. Fala da denúncia contra Maria Letícia. Entende que a família não merece sofrer um inquérito. Acredita que abolicionistas sejam os delatores do ocorrido.
Rosa lembra que o ano de 1888 foi de muitas lutas.
Barão Félix assedia as escravas. Salustiana, companheira de Benedito, é atacada novamente.
Rosa reflete sobre o casamento de Miquelina e a infelicidade no casamento.
Miquelina revela à escrava que Letícia merece a investigação por ser orgulhosa.
Rodolfo, esposo de Francisca Miquelina, avalia os escravos para compra, com auxílio de outro negro.
Rodolfo é um marido opressor, maltrata e agredia Miquelina e a proíbe de sair de casa. Levava uma vida dupla entre o casamento e a homossexualidade.
Na cachoeira, Benedito refresca-se nu. Rodolfo aparece e há um envolvimento sexual entre os dois, na qual a dominância hierárquica se inverte.
Episódio VIII
Fernão conversa é avisado sobre a abolição da escratura de iniciativa da Princesa Izabel. Letícia consola o marido.
Entre as mulheres, à mesa, o clima é de tristeza devido a denúncia do assassinato de Inocência e a proximidade do final da escravidão.
Os Senhores dizem que a escrava teria morrido por razão diversa do açoite.
A família preocupa-se a respeito do delator de Maria Letícia, consideram-no traidor, quem quer que fosse.
Aos 13 de maio de 1888, Princesa Regente Izabel assina a Lei da Abolição da Escravatura - Lei Áurea, no Paço Imperial do Rio de Janeiro.
Os escravos e abolicionistas comemoram a liberdade.
Episódio IX - final
Rosa lê no jornal amassado sobre a extinção da escravidão.
Maria Letícia e Rosa observam a saída dos escravos livres.
Escrava Zabé pragueja contra os escravos que foram embora.
Fernão sente-se derrocado. Letícia diz que é a vida que se modifica e o mundo que caminha.
Rosa observa a retirada dos escravos, lembra que Inocência jaz em descanso.
Maria Letícia dá a luz à uma criança de nome Inocência, e morre após e em decorrência do parto. Ainda agonizante, pede que Rosa cuide da menina.
Embora tenha sido declarada inocente, Sinhá Letícia não resistiu ao julfamento moral da sociedade.
Em 1903, Rosa, na posição de narradora-personagem, reflete sobre a dualidade da vidade Alegria e tristeza. Subida e descida. Felicidade e desventura. Luz e sombra. Fim.
Créditos de Artes todas, rendidas homenagens:
Adaptação Dimas de Oliveira Junior
Roteiro Adri Lisboa e Wagner Sampaio
Elenco:
Fran Elmor (Maria Letícia)
Théo Hoffmann (Fernão)
Júlia Costa (Rosa)
Roni Andrade (Joaquim)
Thais Vellasques (Baronesa)
Lixa Palosa (Mamã Zabel)
Carol Ghirardelli (Leopoldina)
Hellen Kazan (Francisca Miquelina)
Rafael Custódio (Rodolfo)
Alcione Weizmann (Princesa Isabel)
Lucia Cavalheiro (Salustiana)
Cici Antunes (Modesta)
Antonio Eduardo Marques (Barão)
Jefferson Moraes (Benedito)
Devalci Freitas (José)
Wesley Alves (Félix)
Luiz Rodriguez (Joaquim Nabuco)
Higor Gabriel (Luiz)
Jean Diego Visconti (Conde D'Eu)
Rafael Bacelar (Padre João)
Luana Dias (Inocência)
Jairo Silva (Berico)
Nicoly de Sá (Zaila)
Maelly Orion (Chica)
Maycon Clinton Silcha (Escravo 1)
Renan Muramda (Escravo 2)
Bruno Silveira (Escravo 3)
Claudia Savastano (Baronesa de Lessa)
Luiz Silvestre (Capitão do Mato)
Felipe Chevalier (Epaminondas)
Tati Scaglioni (Eponina)
Pablo Oliveira (Lourenço)
Gustavo Spina Vargas (Ministro Cotegipe)
Andrei Scafi de Vasconcelos (Souza Dantas)
Igor Lazarini (André Rebouças)
Fábio Tavares (Feitor)
Mauricio Reti (Dr. Maranhão)
Emerson Davi (Teonito)
Ricardo Ferrianci (Escravo Fugitivo)
Cintia Silva (Dama 1)
Dedé Duarte (Dama 2)
Itamara Bueno (Dama 3)
Luis Fernando Generoso (Zé do Congo)
Nathalia Cabral (Jeronima)
Hyago Gomes Silva (Escravo Criança 1)
Renan William (Escravo Criança 2)
Yasmin Moura (Escrava Alforria 1)
Adriane Mattos (Escrava Alforria 2)
Ana Cláudia Silva (Escrava Alforria 3)
Jéssica Ellen (Escrava Alforria 4)
Manoel Lima (Juiz)
So-lor Tyheran (Jurado 1)
Bruno Nabuco (Jurado 2)
Rafael Grisoste (Jurado 3)
Elysiario Strada (Jurado 4)
Bruno Secco (Jurado 5)
Weverton Philliph (Jurado 6)
Pietra (bebê Inocência)
Participação Especial:
Bruno Pacheco (Dr. Pyraja)
Produção:
Felipe Chevalier
Natália Endo
Tony Xavier
Produção Executiva:
Julia Costa
Direção de Fotografia:
Sou Vini
Câmera:
Tony Xavier
Edição e Finalização:
Douglas Jefferson
Direção de Arte:
Dimas de Oliveira Junior e coletivo
Assistência de Direção:
Roni Andrade
Bruno Pacheco
Casting:
Dimas de Oliveira Junior
Luan Sávio
Elenco de Apoio:
Vera Generoso
Caracterização Visual:
Lucia Cavalheiro
Luana Dias
Trilha Sonora Oficial:
"Banzo", Rafael Peretta, Leando Poletti, Max Cleber
Trilha Acidental:
"A Truta" ("Die Forelle"), Schubert
"Valsa Minuto", Chopin
"Saudade", Cícero Euclides
"Clarinet Concerto in A K. 622, II, Adagio,", Mozart
"Coppélia", Act I : 4. Mazurka - Saint Petesburg Radio and TV Symphony Orchestra
"Symphony No. 7 in A Major op. 92 - Alegretto", Beethoven
"Moonlight Sonata" - 1st Movement, Beethoven
"Before Dawn", de Audionautix
"Love Harvest", Kevin MacLead
"King's Men", Biz Baz Studio
"Tribal Affair", SYBS
Oficina de Arte Rosina Pagan
Opremido quer ser opressor.
Sra sao bons pra eles. Malvadeza por sermais vvranca. Tronco.
Escravos intervém pedindo que Zabé convença a desistir, sem sucesso, Saluatiana concotda.
Análise crítica
Por Fiametta Franchin
Com tantos fatores intensos sobre história, nacionalidade, patriotismo, brasilidade, discussão étnicas, identidade nacional, humanismo e humanidade, assisti à série num só fôlego.
A despeito das questões muito repisadas sobre a escravidão no Brasil, o olhar não maniqueísta sobre o ser humano foi o mais assolador durante todo a série.
Tal como o título, toda a obra foi perpassada pela dualidade intrínseca a todas as coisas.
Ao contrário da visão polarizada do bem versus o mal, vemos a humanidade das pessoas oscilantes entre atos bons e atos maus.
Recordei-me de um Professor que, certa vez, revelou a inexistência de um todo bem ou todo mal. Que a pessoa humama, toda ela, apresenta tendências para a prática de bons ou maus atos, sem que seja possível classoficá-la em um ou outro rótulo e encerrá-la de per si.
Todas as personagens demonstram suas inclinações para a prática do bem e do mal. Não há vilões, nem mocinhos, estabelecidos.
Maria Letícia, aparentemente, a vilã do enredo, responsável pela morte da escrava Inocência, possui atos de compaixão, coragem, bravura generosidade, arrependimento, em última instância, de bondade.
-I'm offering you my services... free of charge. What do you say ?
-Ah... I think I'd be a little afraid.
-Of what ?
-Afraid of making a mistake.
-No mistakes in the tango. Not like life. It's simple. That's what makes the tango so great. If you make a mistake, get all tangled up, just tango on."
"Estava conversando com uma amiga, dia desses. Ela comentava sobre uma terceira pessoa, que eu não conhecia. Descreveu-a como sendo boa gente, esforçada, ótimo caráter. “Só tem um probleminha: não é habitada.” Rimos. É uma expressão coloquial na França — habité — mas nunca tinha escutado por estas paragens e com este sentido. Lembrei-me de uma outra amiga que, de forma parecida, também costuma dizer “aquela ali tem gente em casa” quando se refere a pessoas que fazem diferença.
Uma pessoa pode ser altamente confiável, gentil, carinhosa, simpática, mas se não é habitada, rapidinho coloca os outros pra dormir. Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída, não necessariamente pelo demo, ainda que satanás esteja longe de ser má referência. Clarice Lispector certa vez escreveu uma carta a Fernando Sabino dizendo que faltava demônio em Berna, onde morava na ocasião. A Suíça, de fato, é um país de contos de fada onde tudo funciona, onde todos são belos, onde a vida parece uma pintura, um rótulo de chocolate. Mas falta uma ebulição que salve do marasmo. Retornando ao assunto: pessoas habitadas são aquelas possuídas por si mesmas, em diversas versões. Os habitados estão preenchidos de indagações, angústias, incertezas, mas não são menos felizes por causa disso. Não transformam suas “inadequações” em doença, mas em força e curiosidade. Não recuam diante de encruzilhadas, não se amedrontam com transgressões, não adotam as opiniões dos outros para facilitar o diálogo. São pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem nenhuma disposição para serem bonecos de ventríloquos. Ao contrário, encantam pela verdade pessoal que defendem. Além disso, mantêm com a solidão uma relação mais do que cordial.
Então são as criaturas mais incríveis do universo? Não necessariamente. Entre os habitados há de tudo, gente fenomenal e também assassinos, pervertidos e demais malucos que não merecem abrandamento de pena pelo fato de serem, em certos aspectos, bastante interessantes. Interessam, mas assustam. Interessam, mas causam dano. (...)
Que tenhamos a sorte de esbarrar com seres habitados e ao mesmo tempo inofensivos, cujo único mal que possam fazer é nos fascinar e nos manter acordados uma madrugada inteira. Ou a vida inteira, o que é melhor ainda."
(Fonte: SANTOS, Joaquim Ferreira dos. (org.). As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva. 2007. p. 324-5.)
"Escolher é perder sempre." (Rafael Austregésilo Soares, filho de Jô Soares e Theresa Austregésilo, autista, falecido aos 50 anos, em 31/10/2014, em decorrência de câncer, ao recusar a escolha de apenas 6 livros dentre 12 livros que havia selecionado numa livraria.)
"O mundo é vasto, e no entanto é como a própria casa, pois o fogo que arde na alma é da mesma essência que as estrelas; distinguem-se eles nitidamente, o mundo e o eu, a luz e o fogo, porém jamais se tornarão para sempre alheios um ao outro, pois o fogo é a alma de toda a luz e de luz veste-se todo fogo." (LUKÀCS, George. "Teoria do romance")
"As sereias entretanto têm uma arma ainda mais terrível que o canto: o seu silêncio." ("O Silêncio das Sereias - Narrativas do espólio", por Franz Kafka)
"No deboche, você desmoraliza não apenas o discurso, você faz com que fique leve a situação e, de novo, fique invisível [a mulher]". (Ministra Cármen Lúcia)
Obra distribuída gratuitamente, produzida em Salvador, Bahia, formado pela coletânea de textos de Laís Souza, Jaqueline de Almeida, Luma Flôres, Maíra Coelho.
"Para você, desejo o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada. Para você, desejo todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puder sorrir. Todas as músicas que puder emocionar. Desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida. Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente... Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua felicidade." (Carlos Drummond de Andrade)
Marquês de Pombal foi um português de papel relevante na história de Portugal enquanto dominante so Brasil.
Pombal participou da administração de Portugal de 1.750 a 1.777, foi ministro do Rei de Portugal José I.
Em 1.755, houve um terremoto em Lisboa, que destruiu a cidade. Para custear a reconstrução da cidade, Pombal elevou os tributos das áreas de coloniais sob domínio português.
As práticas do Rei José I e Marquês de Pombal cunharam-lhes como déspotas esclarecidos. Tais práticas políticas associavam a estrutura absolutista (imposição, despostismo) com referenciais de ideais iluministas (esclarecidos pela iluminação da época).
Essas práticas vigoraram em, além de Portugal, na Espanha, na Ástria, na Rússia e na Prússia.
Marquês de Pombal ficou conhecido no Brasil pelas suas reformas pombalinas, vejamos.
Pombal providenciu a extinção das capitanias hereditárias, passando-as para capitanias reais da Coroa. Ou seja, as capitanias deixaram o domínio privado sob o qual estavam até então e passaram a ficar sob responsabilidade do Poder Público.
Pombal incumbiu-se de transferir a capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. Certamente, a atividade mineradora do centro-sul foi fator importante para a decisão.
Os jesuítas foram expulsos de Portugal e das colônias por Marquês de Pombal.
De um modo geral, percebe-se que, em última instância, o fim foi econômico.
Os jesuítas tinham dominío sob a educação, ou seja, o ensino estava vinculado à religião.
Quando Pombal adota a laicização, a secularização, como forma de afastar a interferência religiosa sobre o povo, houve conflito com os interesses dos jesuítas.
Por outro lado, não era do interesse de Pombal que as ideias anticlericais iluministas fossem propagadas, pois a política de laicização reforçava o patronado, concedendo certa autonomia aos jesuítas.
A decisão foi pela expulsão dos jesuítas de Portugal e da ls colônias devido a influência indesejada dos ideias anticlericais iluministas que davam autonomia aos religiosos, também não desejado.
No plano jurídico com efeitos econômicos, depois da saída dos jesuítas, foi expedido um decreto determinando o confisco dos bens e terras pertencente a eles, o que revela interesse financeiro do Estado com a saída dos jesuítas.
Além disso, foram instituídos tributos para subsidiar a educação colonial atribuída ao Estado, a qual era de responsabilidade dos jesuítas até então.
A abolição da escravidão indígena teve como intuito implementar a política indigenista que integrasse o índio à população portuguesa, incorporando seus hábitos, costumes, valores europeus.
Foi autorizada a instalação e funcionamento de manufatura têxteis no Brasil cuja finalidade era fazer com que a produção colonial abastecesse a Coroa portuguesa.
Obras do autor irlandês James em pdf para download gratuito, em inglês, disponibilizadas pela The University of Adelaide Library, University of Adelaide, South Australia (eBooks@Adelaide).
Haida é uma comunidade aborígene no Alaska (coml os indígenas locais), com pouquíssimos falantes nativos hoje, considerada língua em extinção.
Encontrei o Dicionário de Haida do Profressor Dr. Jordan Lachler. Dicionário bilíngue: Inglês-Haida e Haida-Inglês.
Um trabalho excelente de muito valor linguístico.
Segue link onde encontrei em pdf, mas indico outros links para compra da obra, o que recomendo fortemente, pelo reconhecimento do estudo e apoio ao pesquisador e à Ciência.
"Vidas Secas" é uma obra do gênero literário novela, de capítulos desmontáveis, fragmentados, estilo de época 2a. Geração Modernista na prosa, romance de 30 (prosadores nordestinos), cujo enredo ocorre no sertão nordestino de Alagoas, estado natal do autor Graciliano Ramos, e o tempo é o início do século XX.
O narrador é em terceira pessoa, perscruta a psiquê das personagens, seus mundos interiores.
Capítulo 1 - "Mudança".
O leitor é apresentado à família de retirantes, que é o núcleo da narrativa formada pelo vaqueiro Fabiano, sua esposa Sinhá Vitória, os filhos menino mais velho e o menino mais novo (despersonalização, não têm nomes), a cachorra Baleia e o papagaio.
Fabiano vê a criança caindo de fome, em impulso animalizado pensa em puxar o facão e matar a criança, mas apenas bate com a prancha (lateral) do facão para o menino levantar-se.
O vocabulário do papagaio é reduzido, porque, embora reproduza a voz das pessoas, a família pouco fala e o papagaio só grunhe, assim como os humanos, que latem como Baleia.
O papagaio morreu e eles disputam os pedaços para comer.
Capírulo 2 - "Fabiano".
Família chega numa fazenda que acreditam abandonada, mas aparece o dono da fazenda, que pretende escurraçá-los do local, Fabiano pede para ficarem e trabalhar ali arrendando a terra (aluguel), e o fazendeiro aceita que eles trabalhem para pagar o arrendamento.
Fabiano apresenta vocabulário reduzido, muitas vezes, só grunhe ou produz ononatopeias, como animais. Inveja o Seu Tomás da Bolandeira, pela sua educação, possui cama de couro, ao contrário da família de rerirantes que dorme em trapos no chão. Fabiano se sente um bicho, um animal.
Capítulo 3 - "Cadeia".
Fabiano faz umas contas para Sinhá Vitória para fazer umas despesas e ele vai para a cidade. Lá, sente-se inferiorizado, inadaptado, humilhado.
Vai até a venda tomar cachaça, o Soldado Amarelo (autoridade governo) chama-o para jogar cartas. Fabiano não quer, mas teme a recusa, joga e perde o dinheiro das contas do mês, causando um desentendimento. Sai da mesa resmungando. O Soldado fica ofendido, pisa no pé de Fabiano, que é preso e espancado. Ele passa uma noite na cadeia.
Capítulo 4 - "Sinhá Vitória".
Sinhá Vitória é a mais inconformada da situação de miséria da família. Sonha ter a cama de couro do Seu Tomás da Bolandeira. Ela apresenta um pouco mais de habilidades que o marido, ela faz as contas da casa etc.
Capítulo 5 - "O menino mais novo".
O menino mais novo tem um único desejo que é ser vaqueiro como o pai. Forte, alto, domador de cavalos. Tenta imitar o pai, monta em um bode e cai, o irmão mais velho ri e a Baleia parece desaprovar a atitude.
Mesmo não conseguindo fazer como o pai, não se afasta do seu sonho, não é demovido dele.
Capítulo 6 - "O menino mais velho".
O menino mais velho quer conhecer o mundo, tem dificuldade em entender as palavras.
Ouve a vizinha Sinhá Terta falar "inferno", impressiona-se com a palavra e questiona a mãe do significado. A mãe tenta explicar como pode, dizendo ser um lugar negativo. O menino pergunta se ela conhece, se já foi ao inferno, ao que ela fica brava.
O menino mais velho aproxima-se do papagaio e de Baleia, identifica-se com eles.
Capítulo 7 - "Inverno".
A família se junta na casa pobre para se aquecer, Fabiano conta histórias com dificuldade pelo seu vocabulário pequeno, Baleia não entende e sai, ele se frustra por não conseguir contar suas histórias
Capítulo 8 - "Festa".
Família vai para a cidade no natal, pedem que Sinhá Terta faça roupas para eles usarem. Mas eles não estão acostumados com aquelas vestimentas, paletó, sapatos. Revela-ae a situação de inferioridade, vergonha, sensação de ridículo. Choque entre o mundo do sertão e o mundo da cidade, onde a família não se adapta, se sente intrusa.
Fabiano embebeda-se, lembra das cenas do espancamento. Depois, volta para a família.
Capítulo 9 - "Baleia".
Graciliano Ramos escreveu este capítulo primeiro, posteriormente, criou a história ao redor dele.
A Baleia é a personagem mais humanizada da família. Fixa hidrófoba, adoece, caem os pêlos, aparecem feridas pelo corpo.
Fabiano decide sacrificá-la. Porém, quando vai atirar nela, acaba errando e não mata na hora.
Ela começa a agonizar e mente dela. Ela sua, vê um mundo cheio de oreás, os msninos gordos, Dabisno que lhe acariacia, um delírio de morte.
Baleia morre.
Capítulo 10 - "Contas".
Fabiano pega o dinheiro com Sinhá Vitória para fazer o acerto com o patrão, mas as contas que ela faz sempre recebe menos.
Fabiano fica irritado com o patrão, que diz que vai mandá-lo embora. O vaqueiro humilha-se para não perder o trabalho.
Esse é um movimento repetido de Fabiano: revolta e resignação, pede desculpas, assume o "erro".
O patrão exerce um domínio intelectual sobre Fabiano ao falar em juros. Como Fabiano não entende, fica sem agir ou defender-se.
Capítulo 11 - "Soldado Amarelo".
Fabiano reencontra o Soldado Amarelo na caatinga um ano após o ocorrido entre eles.
Fabiano pretende vingar-se, pois não tinha ninguém. Entretanto a farda do Soldado intimida Fabiano, que desiste da vingança (opressão institucional da autoridade).
O Soldado pergunta o caminho de volta para a cidade, Fabiano responde e nada mais faz.
Capítulo 12 - "O mundo coberto de penas": prenúncio de nova seca, as aves de arribação estão migrando, sinal de que a seca será severa.
Fabiano e Sinhá Vitória, ao entender a previsão, sem pronunciar palavras, pegam suas coisas e começam a fugir da seca, como no primeiro capítulo.
Capítulo 13 - "A fuga".
Fabiano ganha cada vez menos, a família decide fugir da fazenda. Nutrem esperança de estudos dos meninos, Sinhá Vitória sonha com a cama novamente.
O sertão vai continuar mandando para cidade homens fortes, brutos como Fabiano.
Características da obra
- Estilo conciso e linguagem seca, sem diálogos, para descrever o lugar seco, as personagens secas.
- Tema da incomunicabilidade entre as personagens que não são capazes de verbalizar, expressar o pensamento. Comunicam-se por onomatopeias, exclamações, resmungos e gestos. O papagaio que reproduz a voz humana não produz palavras, só os grunhidos escaços da família e latidos de Baleia.
- Sondagem psicológica: discurso indireto livre, fala da personagem confunde-se com a do narrador, que empresta sua linguaguem para esses seres que não a possuem.
- Opressão x resignação: oprimidos de um lado (sertanejo) e opressores de outro (sistema de dominância cultural, intelectual, financeira, social) e Fabiando resignando-se quanto ao Soldado Amarelo, ao dono da fazenda, ao fiscal da Prefeitura que cobra impostos.
- Zoomorfização x Humanização: personagens humanas são aproximadas aos animais, são zoomorfizadas, enquanto a Baleia é antromorfizada, apresenta humanização que falta a familía, tem nome ao contrário dos meninos. Sonha com um mundo melhor, sonha mais complexo do que o da Sinhá Vitória.
Privação humana do elementar e básico para a sobrevivência, subsistência, vidas ficam totalmente secas (de alimento, de saúde, seca de moradia, seca de segurança, secas de sonhos). Degeneração do humano. Humanos que se distinguem dos animais pela inteligência passam a agir como animais desumanizados. Os sonhos da Baleia são sonhos pertinentes à humanidade, sonhos das pessoas são desejos mínimos, secos, como a vida deles.
- A linguagem que é recurso do opressor sobre a família oprimida é a mesma que confere algum "status" a eles ao intitular cada capítulo com o "nome" de cada um dos membros. Natureza dúplice: se por um lado é ferramento do opressor, por outro, ao menos literariamente, dá alguma dignidade, alguma propriedade, alguma importância humana, relevante às personagens
Ao final, resta uma esperança de que os meninos possam estudar e ter uma vida menos sofrida.
"Quincas Borba", obra literária de Machado de Assis, é uma produção do gênero romance, de narrativa longa, cuja escola literária é o Realismo e apresenta narrador em terceira pessoa, onisciente.
O espaço onde ocorre a narrativa é a cidade de Barbacena/MG, e a maior parte na Corte, Rio de Janeiro, a segunda parte no século XIX. A obra foi publicada de 1886 a 1891 em folhetim. Os trechos foram reunidos e publicados como livro em 1982.
Enredo
A história começa no meio da narrativa que é contada, em digressão ao que já aconteceu e está sendo recordado.
Rubião rico, olha pela janela, na Corte, rememorando como passou de professor humilde a capitalista rico, como chegou até ali.
Assim emerge o passado de Rubião e sua relação com Quincas Borba, o filósofo ateu, muito rico, que recebeu uma herança (o que se remete à personagem Quincas de "Memórias póstumas de Brás Cubas"), filósofo que volta para Barbacena/MG, aproxima-se se viúva Maria da Piedade, irmã de Rubião.
Rubião percebe o interesse de Quincas por sua irmã e pensa no dinheiro que poderia entrar para a família, e pretende casá-la com ele. Maria da Piedade morre por problema no pulmão.
Quincas fica mal, doente. Rubião aproxima-se de Quincas e passa e cuidar dele, como um acompanhante, enfermeiro. Ele deixa de dar aulas, por estar interessado em parte na herança.
Quincas Borba tem um cachorro, chamado pelo mesmo nome Quincas Borba. Borba chama Rubião e fala sobre a teoria do Humanitismo, sobre as coisas continuarem umas nas outras, de acordo com o princípio da eternidade da vida. O Humanitismo é similar à teoria da evolução darwiniana, que diz que só os mais aptos sobrevivem. E a substância de onde saem e para onde vão todas as coisas é chamada de Humanitas.
Rubião passa a achar o cachorro empecilho, rival, concorrente, pela atenção do "amigo".
Em conformidade com o Humanitas, o princípio da Vida está presente em tudo. Quincas explica a tese fazendo alegoria do campo de batatas. Se há duas tribos famintas disputando um campo de batatas e fosse dividido, as duas morreriam, assim, é necessário que uma vença e elimine a outra, fica com o campo e sobreviva. "Ao vencedor as batatas; ao vencido, o ódio ou compaixão".
Trata da luta entre os homens, em um elogio a guerra, a morte. Rubião não entende esse sentido teórico.
Quincas vai Rio de Janeoro encontrar o amigo Brás (subentende-se Brás Cubas) e, lá, Quincas morre.
Abre-se o testamento de Quincas. Rubião é o herdeiro universal da herança, com a condição de cuidar do cão Quincas como se fisse o próprio filósofo. Rubião, que já havia se desfeito do cachorro, vai buscá-lo contente.
Rubião fica milionário vai para Corte no Rio. No trem, Rubião conhece o casal Palha, Cristiano e Sofia. Eles percebem que Rubião é um matuto rico e se oferecem para ajudá-lo na Corte, na administração dos bens, com patrimônio, por interesses escusos.
Rubião, encantado pelo casal, principalmente por Sofia, aceita o auxílio para adquirir bens etc. Reune "amigos" para refeições, festas. Não tem controle sobre os gastos, é um perdulário.
Afeiçoa-se mais a Sofia, apaixona-se por ela. Ela manda uma caixa com morangos a ele convidando-o para jantar. Ele acredita que há interesse dela por ele, em virtude dessa iniciativa. Rubião vai à casa do casal, declara seu amor a Sofia, primeiramente, de maneira sutil, romanesca. Após, segura a mão dela. Ela estranha e revelavo ocorrido ao marido. Cristiano não recomenda que se indispusesse com Rubião, que não cortasse relações com ele, pelas pendências e dívidas com ele.
Rubião continua apaixonado. Mantém relações com figuras da cidade, com Camacho, um advogado bem politiqueiro, que quer manter o Jornal Atalaia.
Depois de se afastar e pensar em voltar a Minas Gerais após a recusa inicial de Sofia, volta ao convívio com o casal.
Surge Maria Augusta e Maria Benedita, tia e prima de Quincas.
Também, aparece Carlos Maria, primo de Sofia, por quem ela tem interesse. Revela-se, então, que ela se mantevee infiel ao marido quando recusou Rubião, porque gosta de outro e nao pelo marido em si, pela fidelidade. Não é virtuosa.
O amor não correspondido de Rubiào começa a levá-lo à loucura.
Sofia e Cristiano pretendem acolher Maria Benedita, morta a tia Maria Augusta, para casar a menina com Rubião. Porém Maria Benedita casa-se com Carlos Maria. Sofia não gosta, mas nao manifesta, permanecendo sutil.
Rubião apresenta, cada vez mais, complexo de grandeza, megalomania, sinais de loucura, fazendo com que o dinheiro acabasse. Os amigos somem, Palha interna-o em casa saúde. Rubião foge e volta a Barbacena, junto com cão. Fica enfermo, delirante, andando na chuva, perambulando pelas ruas da cidade mineira.
É acolhido pela Comadre Angélica. Rubião morre e paira a famigerada expressão: "Ao vencedor, as batatas".
Poucos dias depois, morre o cachorro Quincas abandonado nas ruas.
Características:
Machado de Assis tem características de pessimismo, ceticismo x ironia, humor.
Escreve com objetividade, frases curtas.
Há metalinguagem, em que o narrador conversa com o leitor.
Há Intertextualidade: Quincas aparece em "Memórias Póstumas de Brás Cubas".
O Quincas de "Memórias Póstumas" seria o mesmo que aparece em "QuincasBorba", sendo o primeiro spin off da Literatura, a personagem que sai de uma série e aparece em outra.
Ingenuidade x sagacidade (casal Palha sagaz). Todas as personagens são sagazes, mantém e vivem de aparências, falsidade, nao revelam o que querem. Rubião é ingênuo e interesseiro, oportunista. O casal Palha. Nunca revelam as intenções (intenção verdadeira é redundância, pois não há intenção falsa, a intenção é o propósito, que pode ser bom ou mau, claro ou omitido, ambos verdadeiros.
Painel critico sociedade carioca: homem interesse e falsidade do homem, desde o tempo à época ate hunanudade como um todo.
Tema loucura do filósofo quincas e de Rubião, que termina o livro acreditando-ser napoleao, grandeza
Humanitismo, pode ser lida como paródia das filosofias sa épica, traz ionia e critica ao ser hunano, para manter se vivo, oprime, mata semelhantes.
O título da obra refere-se ao filosófo e cachorro, ambos. O cachorro Quincas segue com Rubiåo ao longo de toda a narrativa e e morre quase mesmo tempo que ele.
Rubião e o cão são o resumo do Humanitas, ao vencedor, as batatas, a riqueza, o dinheiro; ao vencido, o ódio, a compaixão.?????
Ainda, pode se fazer uma leitura de que o vencedor de um jogo de interesses não recebe nada de valor humano, nada que o faca crescer, evoluir, agregar como ser humano, mas, apenas meras batatas. Ou seja, a recompensa do vencedor de lutas inúteis, que não exercitam nenhuma virtudes, movidas por sentimentos e desejos rasos e medíocres, não são vitórias legítimas, dignas, mas sem valor humano algum, são só batatas.
"Dom Quixote" ou "O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha" é um romance moderno, inspirado nas novelas de cavalaria, escrito no século XVII, por Miguel de Cervantes de Saavedra.
É um clássico da literatura universal. Apresenta um desafio para o leitor em razão da complexidade da obra.
Cervantes informa que a obra será dividida em duas partes, porém a publicação da segunda não é clara. A primeira parte é publicada em 1605.
Em 1613, Cervantes publica "Novelas exemplares", uma coleção de 12, em cujo prólogo anuncia que, em breve, será lançada a segunda parte, que, em tese, surgiria em 1615.
Entretanto, em 1614, há uma "falsa continuição", assinada pelo pseudônimo Avellaneda.
Miguel de Cervantes
Miguel de Cervantes nasceu em Alcalá de Henares, Madrid, Espanha, em 1547, faleceu em 1616. Era, provavelmente, de origem paterna judia, passou por problemas econômicos. Não deixou escritos sobre sua vida, exceto os ficcionais, o que torna sua biografia obscura.
Primeira obra, "A Galatea", foi publicada em 1581.
Teve uma vida marcada pela guerra. Era responsável por arrecadação de impostos, o banco quebrou, foi preso.
Reflete sobre todas as questões do cotidiano.
A obra
A personagem de Quixote é um senhor de idade, pouco abastado, ao contrário do que se esperaria de um cavaleiro de história épica.
Cervantes conviveu com a miséria humana, traz o significado da guerra na obra.
A escolha do cavalo Rocinante, um pangaré, é proposital, bem como a do escudeiro gordo e baixo.
Quixote apresenta ideias extravagantes, apaixona-se por uma mulher feia, fedida (cuida de porcos).
Os igredientes típicos de um fanfarão, mas constrói um louco com dignidade. Obversando a imagem de Picasso que retrara Quixote é algo elegante.
Dom Quixote por Pablo Picasso
1955
Na primeira parte, Dom Quixote prepara-se para ser um cavaleiro como das novelas que lia. Cria todas as condições para tanto: um cavalo, Rocinante, uma amada a quem dedicar suas façanhas, Dulcinéa Del Toboso? um fiel escudeiro, Sancho Pança.
#@@@Sai à cavalo, passa por estalagem (na verdade, um bordéu), onde é batizado como cavaleiro.
Um senhor castelão diz que deve andar com algum dinheiro e ter um escudeiro.###
Na segunda parte, Sancho quer conversar com Quixote sobre o encontro com o estudante de Salamanca, um bacharel Sansão Carrasco, que leu a primeira parte do livro.
A segunda parte apresenta o mesmo ciclo de aventuras. E, apesar dos 10 anos, há uma continuidade harmônica, não há quebra, ruptura entre as formas discursivas das quais se utiliza.
O leitor é tido como personagem e se submete às consequências dessa leitura para as próprias persoba
A relação de Dom Quixote com Dulcinéa é elemento fundamental na cavalaria. O encontro não corresponde ao que ele imaginou dela, que não passava de uma lavradora feia e de mau cheiro, Aldonza.
Dq louco na acao, mas nao na fala. Incute sensatez na faka de um louco.
Grande dialgo entre dq e sancho.
Personagens todos com muita humanidade.
À época, ocorria o Concílio de Trento (1545-1563, 19o concílio ecumênico da Igreja Católica no Vaticano), que investigava o abuso da igreja. Cervantes pretendia criticar o clero e moralizar os costumes, buscar a justiça.
Faz crítica com o deslumbre pelo poder. Preocupação com as questões políticas. E um bom político deveria ser justo, para isso, exercer virtudes.
Na época, não havia um estado nacional organizado que pautasse a conduta dos homens. Havia a consciência de cada um na defesa do bem comum.
Todo sentido da busca da justiça, do ideário de justiça é tributário da consciência e do livre arbítrio.
Quixote é uma personagem que pratica "loucura", mas pondera, nas circunstâncias, o ideal, a virtude plena, e como isso será empregado na prática. Sancho é o interlocutor que intermedia esse lugar.
A obra do século XVII deve ser analisada sob o mundo que Quixote vivia, a análise da consciência dos homens, a difundisão da justiça em cada circunstâncias.
A obra possibilita várias leituras, não há um significado fixo, é uma obra aberta como as de alto quilate. Cada parte da obra irá revelar uma virtude.
A dificuldade em separar o sonho da realidade é trazida nas cenas narradas. O ser humano é complexo. A obra trata de construção e desconstrução de fantasias, como passar da realidade para o sonho e vice-versa.
Ora Quixote é o realista, ora Sancho. Da mesma maneira como sonhador. E fazer uma boa leitura entre essa transição fantasia e realidade leva a pessoa a adquirir habilidades e competências que facilitam a vivência humana.
Somente embarcamos no sonho, se ele repercutir dentro de nós. Caso contrário, vivenciamos outra realidade que não é tocada pela expectativa do sonho. Desmontar os esquemas automáticos que criados cotidianamente.
A vrtude se dá por meio do diálogo, dialogicamente, por isso a presença de duas pessoas sempre dialogando.
Quixote cai e se arrebenta, tal como na vida. Ele cai, mas mantém seus valores, continua a acreditar no que acredita (perseverança).
A justiça está em si mesma. Hoje, ninguém se responsabiliza pelo ato, a justiça de foro íntimo, mas era extrínseca ao indivíduo. Na obra, todas as pessoas responsabilizam-se pelos seus atos. Não há lei, a lei é divina. As pessoas agem em conformidade com suas consciências.
A crítica é consigo mesmo (o autor, o homem de letras), em primeiro lugar, observar e reconhecer o erro de cada um, e não apontar o erro do outro.
A loucura de Quixote é do homem que vê, que é prudente dos desafios da vida.
Sancho brinca com a doidisse de seu amo. Existia o conceito de equidade à época, hierarquia social, mas os interlocutores em patamares diferentes acatam argumentos um do outro, ainda que Sancho estivesse com razão. Não há autoritarismo.
A morte de Quixote teve como finalidade que não fossem escritas continuações por outros autores.
Diz-se que a morte de Quixote é a morte da utopia, embora não seja viável que o humano viva sem sonhar.
Quixote, ao final, pede perdão a Sancho, pelas suas doidisses. Sancho gostaria que Quixote continuasse sonhando, em inversão de papéis.
A circunstância colocada obrigada as personagens a tomar atitude. A experiência de cada personagem compele a pessoa a exercer a virtude que resolveria o problema ou não.
Não é dado o conceito pronto, mas que se faça emergir na experiência, na prática. A história vai sendo construída desse modo.
O homem é capaz de encontrar solução justa, porque é infusa nele.
No diálogo final, o legado deixado por Quixote, naquele universo cristão, é aconselhar bem a quem te faz mal.
Apontamentos
Capítulo 1 - O sonho de um homem Virtude:
Alonso Quijano, onde morava, lia livros de cavalaria. Descuidou fortuna, terras, para comprar livros. Passou a acreditar nas histórias de encantamentos, batalhas, desafios lutas com gigantes, endoidou. Conversava sobre o assunto com o Padre e Sansão Carrasco.
Decidiu tornar-se um cavaleiro andandante, para impressionar o mundo com suas façanhas, impondo jprotegendo os mais fracos e coroando-se de glórias.
Limpou armas de seus bisavôs. Faltava a viseira. Preparou uma de papelão, depois com fios de ferro.
Cavalo magro, embora parecia-lhe ideal, Rocinante.
Levou 8 dias para si, Dom Quixote acrescido do lugar de origem, de La Mancha.
Providenciou uma dama a quem pudesse atribuir seus serviços e oferecer sua afeição, afinal, cavaleiro andante sem amor era como errante sem alma. Aldonza Lorenzo da aldeia vizinha de Toboso. Batizou-a de Dulcineia Del atoboso.
Saiu aos campos.
Percebeu que não havia sido nomeado cavaleiro.
Encontrou um albergue com duas moças de aspecto vulgar à porta.
Capîtulo 2 - Um castelão e duas nobres damas.
As duas jovens íam para Sevilha, mas Quixote via o modesto albergue como castelo rodoado por 4 torres, com campanários de prata, fossos ao redor e uma ponte elevadiça.
As mulheres riram dele. Surgiu o castelão, com quem deixou Rocinante.
Não deixou que tocassem o elmo (viseira de papelão).
Serviram-se bacalhau mal cozido e pão preto mofado. As mulheres ajudavam-no comer.
Tirou seu elmo e pediu ao estalageiro que o acompanhasse até estrebaria para que o tornasse um cavaleiro. O dono do albergue percebeu a loucura e acatou o pedido.
Quixote brigou com tropeiros, acreditando setem inimigos.
O estalageiro decidiu adiantar o ritual para se livrar dele.
Capítulo 3 - Dom Quixote é sagrado cavaleiro.
Quixote estava pronto pela manhã, foi ordenado cavaleiro. Todos seguravam o riso.
Quixote, armado cavaleiro, montou Rocinante e partiu. Lembrou dos conselhos do castelão: algum dinheiro, roupas brancas, um escudeiro.
Capítulo 4 -
De volta à casa, propôs a um vizinho que fosse seu escudeiro, Sancho Pança.
Fala de Dulcinéa, como a dama mais bela.
Quixote foi ferido pelos locais, mas não se importou.
Capítulo 5 - O escudeiro Sancho Pança e a nova partida.
Padre e padeiro Nicolau visitaram a sobrinha de Quixote, que falava das sandices do tio após tanta leitura.
O cavaleiro chegou.
Quando volta para casa, a família percebe que ele não está em seu juízo normal, em virtude de ter lido muitas obras de novela de cavalaria. A família decide, então, desfazer da biblioteca dele.
A sobrinha diz que um feiticeiro deu fim aos livros.
Ficou dias em casa, apenas em contato com Sancho. Promete-lhe que, no dia em que tiver dinheiro, irá reconhecer o trabalho de Sancho e o recompensá-lo com a função de governador de uma ilha.
Sancho aceita e acompanha Quixote pelas suas aventuras.
Capítulo 6 - Lutando contra os moinhos de vento.
Avistaram moinhos de vento. Eram gigantes com quem travaria batalhas.
Sancho não entendia, via apenas os moinhos.
Quixote, intelectual, não deu ouvidos ao escudeiro, analfabeto.
Lutou contra os moinhos, cujas pás lhe deceparam a lança. Sancho foi socorrê-lo. Quixote acreditou-se combalido peloa gigantes, mas não desistiu.
Passou a noite sonhando com sua amada Dulcinéa.
Capítulo 7 - Como o intrépido cavaleiro libertou a princesa prisioneira
Ambos partiram para aventuras.
Surgiram dois monges beneditinos no caminho. Quixote viu-os como feiticeiros que aprisionaram a princesa declarou que iria libertá-la. Os monges ignoraram.
Quixote atacou um deles, o outro fugiu.
Sancho foi retirar o hábito do monge, dizendo que lhes pertencia pela batalha.
Fizeram refeição. Chegaram a uma aldeia de pastores de cabras. Prosseguiram.
Quixote pensava em Dulcinéa e Sancho na ilha.
Capítulo 8 - Surra e descanso.
Rocinante afastou-se por estar mal amarrado. Viu um bando de tropeiros aproximar-se. Quixote e Sancho atacaram-no. Os tropeiros deram uma surra nos dois. Acreditava ter sido punido por descumprir regras da cavalaria.
Quixote pediu ao escudeiro para cuidar de Rocinante.
Seguiram viagem. Avistaram um albergue, Quixote viu como castelo.
A dona do albergue decidiu cuidar de Quixote ferido.
Capítulo 9 - O milagroso e maldito bálsamo de ferrabras.
Ao acordar, Quixote psdiu que Sancho buscasse com o castelão os ingredientes de ferrabras. Fez o bálsamo, ficou bem.
Sancho tomou também, ficou mal. Quixote disse que só funcionava com caval. Deixou o albergue sem pagar.
Capítulo 10 - Lutando contra dois exércitos de uma só vez.
Sancho pálido de tanto apanhar, Quixote dizia ser enfeitiçamento. Sancho propôs voltaram para casa.
Viram nuvens negras, dois rebanhos de carneiros em caminhos opostos.
Acreditaram haver choque entre dois adversários. Quixote atacou os animais, foi atingido por duas pedras. Pastores acharam que Quixote teria sido abatido e fugiram.
Sancho aproximou-se, viu que faltavam dentes a Quixote, lamentou com lágrimas.
Montaram seus cavalos e seguiram. Viram um mar de luzes.
Capítulo 11 - O cavaleiro da triste figura.
Quixote e Sancho encontraram uma procissão fúnebre. Quixote acreditou ver um cavaleiro ferido sendo levado pelas pessoas.
Quixote provocou o combate. Houve luta. Sancho assistia.
O sacerdote apresentou-se como acompanhante do corpo que jazia na liteira. Quixote viu-se liberado de vingar o falecimento.
Sancho saqueou o sacerdote sem ser percebido.
A procissão seguiu, sem ninguém entender o que havia acontecido.
Capítulo 12 - Liberdade aos prisioneiros.
Os cavaleiros caminhavam, cruzaram com uma dúzia de homens escoltados. Sancho disse que eram prisioneiros de guerra.
Quixote pediu explicações aos homens e aos prisioneiros os motivos das condenações. Mostrou-se indignado que os homens estavam obrigados a remar nas galés contra vontade. Houve luta
Capítulo 13 - Uma carta para Dulcinéia.
Os cavaleiros passaram pela área dd Gil de Passamonte e seus companheiros fugitivos. Quixote ficou preocupado. Escreveu carta a Dulcinéa, a qual seria levada a Toboso pelo escudeiro montando em Rocinante.
Sancho encontrou o padre e o barbeiro Nicolau, não informou onde estava Quixote. O barbeiro acusou Sancho de matar Quixote e roubar seu cavalo.
Capítulo 14 - O plano para levar Dom Quixote para casa.
O padre e o barbeiro criaram um plano louco para convencer Quixote a voltar para casa. O padre seria uma donzela pedindo socorro e o barbeiro seu escudeiro.
A donzela era a Princesa de Micomicona, do Reino de Micomicão. No caminho, recuoeraram o burrinho de Sancho com Gil de Passamonte. Levaram Quixote para casa.
Capítulo 15 - Estranho combate contra o narigudo cavaleiro dos espelhos.
Quixote permaneceu longo tempo em casa. As pessoas acharam que ele estava são novamente. Sancho não podia vê-lo.
Quando Sancho pôde vê-lo, levou Sansão Carrasco. O espírito do cavaleiro foi despertado novamente. Decidiram sair novamente. A sobrinha pediu ajuda a Sanão para impedir, mas não conseguiu.
Avistaram uma carroça conduzida por um diabo hediondo e sua comitiva.
À noite, acamparam num bosque. Foram acordados por dois homens à cavalo. Quixote achou ser outro cavaleiro andante, cantando para sua amada.
Os cavaleiros ordenaram a seus escudeiros que preoarassem o duelo ao amanhecer. O adversário era um narigudo. Acertou com sua lança, ao tirar o elmo, o nariz estava bastante torto e se tratava de Sansão Carrasco, que havia planejado tudo com a sobrinha Dolores.
Capítulo 16 - A radiante duquesa e seu castelo de verdade.
O cavaleiro da triste figura encontrou uma amazona vestida de verde, levando um falcão no punho esquerdo. Quixote pediu a Sancho que lhe solicitasse beijar a mão.
A dama aceitou que Quixote a visitasse. Informou o marido para os preparativos.
Quixote e Sancho caíram de suas montarias. O duque convidou o cavaleiro ao castelo. Foi conduzido a uma sala para retirar a armadura, depois à mesa para refeição.
Durante a refeição, falou de Dulcinéa, e que teria caído sobre a amada magia que a tornaram aldeã.
Passaram pelo ritual de lavagem do rosto pelos servos do ducado.
Sancho contou sobre a amada de Quixote e a promessa do governo da ilha. Os duques fizeram uma farsa. Em uma jormada de caça, simularam o surgimento de um diabo e um feiticeiro, que tornaram Dulcinéa lavradora em bela e livre da maldição. Quixote e Sancho exouseram sentimentos verdadeiros, sem se notar. Depois, preparam a farsa que tornaria Sancho governante do reino.
Capítulo 17 - O Reino de Barataria
Sancho chegou a ilha de Barataria achando ser seu reino. Os homens da cidade o receberam com cerimônia. Sancho tomou posse de sua função.
Em uma brincadeira, o médico do governador fazia Sancho passar fome e vontade. Não havia o que fazer. Levava vida penosa e de estômago vazio. Sancho editou leis favoráveis ao povo. A lei o consumia.
À sétima noite do reinado, o inimigo invadiu o reino. Sancho desistiu do reino de Barataria, preferiu a liberdade.
Capítulo 18 - O cavaleiro da triste figura reencontra o seu escudeiro.
Sancho queria reencontrar sua família, percebeu que a vaidade não lhe faria feliz.
Capítulo 19 - O cavaleiro da lua branca triunfa sobre Dom Quixote.
Quixote permanecia hóspede do duque e duquesa, onde estava vivendo muito bem. Quixote e Sancho partiram.
Os cavaleiros foram roubados. Sancho lamentou o destino escolhido para eles por Quixote. Ao saber que se tratava de Quixote, o bandido devolveu tudo.
Chegaram à casa de Dom Antonio Moreno na cidade catalã, que colocado um cartaz nas costas de Quixote identificando-o como o cavaleiro andante e espinhos sob os animais.
No dia seguinte, Quixote encontrou outro cavaleiro da lua branca, com a imagem de lúcifer em suas vestes, que disse a Quixote que sua amada era mais bonita que Dulcinéa.
Foi marcado um duelo entre os cavaleiros. O cavaleiro da lua branca foi vencedor, disse que Quixote assumisse ser a sua amada mais bela à Dulcinéia. Quixote preferiu a morte à desonra. O cavaleiro da lua branca propos que, se perdesse, voltaria à sua aldeia e renunciar, por um ano, suas andanças como cavaleiro. Quixote perdeu e cumpriu o prometido.
Sancho reflete sobre toda má sorte, acredita ser obra dos feiticeiros que os oprimiram.
O vice-rei investigou quem era o cavaleiro da lua branca. O cavaleiro da lua negra ornamentado com lua branca era Sansão Carrasco, tentando curar a loucura de Quixote.
No dia seguinte, tomaram o caminho de volta.
Capítulo 20 - O caminho de volta para casa.
Quixote atribuía a si o fracasso, decidiu voltar para a aldeia, prepararem-se para novas aventuras.
Sancho propôs pendurar as armas numa árvore e deixá-las para trás, Quixote não aceitou.
Ao longo de uma campina com carneiros, Quixote disse que se transformariam em camponeses no ano sabático.
Sancho propôs chamar o padre e o barbeiro para participarem da nova vida.
Repousaram num bosque, onde não seriam importunados por feiticeiros, com Rocinante e Malhado.
Capítulo 21 - A aldeia de Dom Quixote e Sancho Pança.
Os cavaleiros chegaram à aldeia. Viram Sansão Carrasco e o padre. Os cavalos estavam magros. A mulher de Sancho e a filha Sanchinha apareceram, achou o marido com aparência de mendigo.
Quixote ficou em sua casa com a sobrinha Dolores, a ama, o barbeiro e o padre. Contou que ficaria sem carregar armas durante o exílio, criando carneiros.
Padre e barbeiro perceberam que Quixote estava tomado de outro tipo de loucura. Quixote deu-lhes novos nomes: Pastor Quixótis, Pastor Carrascão (Sansão), Pastor Curambro (padre), Pastor Cabelão (barbeiro) Pastor Pancino (Sancho) .
Quixote caiu doente. Todos tentavam animá-lo. Quixote foi enfraquecendo cada vez mais.
Capítulo 22 - Triste fim do cavaleiro Dom Quixote.
A doença de Quixote agravou-se muito. Ele chamou as pessoas e anunciou ter recuperado a razão. Confessou-se com o padre e chamou o notário para fazer seu testamento aquinhoando Sancho com $200 escudos, herdeira sobrinha, pensão a ama e outras disposições. Ao amanhecer, entregou sua alma a Deus.
Sansão gravou o epitáfio no jazigo:
"Aqui jaz quem teve a sorte
De ser tão valente e forte
Que a morte não vingou
Nem sequer triunfou
Foi grande a sua bravura
E fez da lança sua aventura
Teve tudo em muito pouco
Porque viveu como um louco."
Entrevista com Professora Maria Augusta da Costa Vieira, especialista em "Dom Quixote".
"Dom.Quixote", po Professora Maria Augusta da Costa Vieira