Chico e a Rosa Branca
"Estávamos em São Paulo cuidando de compromissos profissionais e nos encontramos com o amigo e ator Paulo Figueiredo, que também é espírita.
Então nos dirigimos ao Colégio Rio Branco, na Avenida Higienópolis, em São Paulo, isso há 25 anos.
Chegamos ao local por volta das nove da manhã e encontramos uma fila imensa, que vinha até a calçada do outro lado da rua.
Sem saber o que acontecia por lá, simplesmente ficamos aguardando a fila, e, enquanto o tempo passava, nada nem ninguém dava uma pista sequer do que estava acontecendo.
Pensei comigo mesmo, 'Se todos estão felizes nessa fila, só pode ser uma coisa muito boa'. E era mesmo. Aos poucos fomos chegando mais perto e quando adentramos o saguão enorme do colégio pude avistar a figura inesquecível de Chico Xavier.
Quanto mais perto, maior o clima de emoção. Finalmente tive o privilégio de lhe dar as mãos; ele suavemente me ofereceu uma rosa branca e me disse que me entregasse à minha mãe e suas dores nas costas iriam melhorar.
Confesso que me comovi e simplesmente agradeci sem lhe tomar mais tempo, pois a fila estava muito grande e todos queriam estar perto dessa personalidade incrivelmente humilde.
O Paulo Figueiredo ainda reafirmou que não havia a mínima possibilidade de que tivessem conversado antes; simplesmente, o Chico soubera e falara das dores que minha mãe sofria nas costas, a professora Esmeralda.
Trouxe a rosa à minha mãe como quem trazia um tesouro. Nunca mais esqueci aquele dia."
Flávio de Carvalho, cantor, compositor, ex-secretário da Cultura de Capivari, São Paulo.
