terça-feira, 31 de dezembro de 2019

"UM CURSO EM MILAGRES"



"A inocência é incapaz de sacrificar qualquer coisa porque a mente inocente tem tudo e só se esforça por proteger a sua integridade." ("Um Curso em Milagres")

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

"CUMBE", Marcelo D'Salete



"Cumbe", de Marcelo D'Salete é uma obra de quadrinho que trata da revolta dos escravos no Brasil.

A palavra "cumbe" significa quilombo, mas, tambén, sol, dia, luz, energia que irradia da revolta.

O próprio título revela a pulsão radiante dos escravos revoltosos, ainda que a sociedade da época os mantém silenciados.

O autor fez pesquisa sobre a etnia Bantu, em especial sua cultura, linguagem, música etc., para contextualizar o enredo.

Desse modo, há, na obra, dados históricos, como o sumidouro.

Os quadrinhos são em preto e branco. É uma outra dualidade da obra, bem como retrata a ausência de cor, ausência de dignidade, humanização dos escravos.

De modo geral, aborda a violência, desumanização dos escravos.

O silêncio dos quadrinhos em que não há texto, apenas imagem, é um recurso linguístico muito utilizado nos quadrinhos. Pode fazer referência ao silenciamento dessas pessoas oprimidas.

A ausência de som grita.

Assim como há o lado sombrio decorrente da crueldade que sofrem os escravos, o narrador traz a noção oposta de esperança.


Apresenta-se o desejo de liberdade dos escravos, suas vontades de reagir contra o status que vivem e não viverem passivamente diante da condição de vida aviltante.

#livro, #obra, #escravidão, #escravatura, #literatura, #cultura, #teoroaliterária, #quadtinhos, #críticaliterária




"A ASSOMBRAÇÃO DA CASA DA COLINA", Shirley Jackson



"A Assombração da Casa da Colina", de Shirley Jackson, do gênero gótico, com características de emulação de um romance vitoriano.

O tema é o suicídio da protagonista, de enredo simples, do clássico sobre casa mal assombrada.

Um parapsicólogo, Dr. Montague, busca informações para sua pesquisa sobre fenômenos sobrenaturais, até que toma conhecimento da casa da colina.

Os proprietários da casa permitem que ele a utilize para seus estudos, cujo objetivo era levar pessoas com poderes paranormais para passar a noite na casa e observar o que ocorre.

Os donos da casa autorizam a pesquisa, desde que uma das pessoas escolhidas para a experiência seja o herdeiro da casa, Luke.

Luke é um rapaz desocupado, que vive esperando a herança. 

As demais pessoas são chamadas via cartas. Das pessoas que recebem as cartas, apenas duas respondem a correspondência, Theodora, uma artista decadente e Eleonor, a protagonista.

Eleonor viveu a infância com a irmã e a mãe, numa casa onde aconteciam coisas não explicadas. Culpa-se pela morte da mãe. Leva uma vida desinteressante, mora no porão da casa da irmã. Sua vida muda a partir do convite do cientista.

A casa era abandonada, apenas os caseiros a frequentavam durante o dia.

Conta o livro que a casa não tinha sanidade, desabitada há 80 anos e era conhecida como mal assombrada.

Eleonor é a primeira que chega à casa, seguida por Theodora.

O enredo circunda as patologias mentais  de Eleonor, que são reveladas pela própria permanência dela na casa.

A personagem é altamente sugestionável e o ambiente propício faz emergir suas neuroses e psicoses.

Os moradores da casa passam a preocupar-se com o estado psicológico de Eleonor.

Há traços de esquizofrenia de Eleonor, desenvolve relação de dependência e interesse afetivo a Theodora.

Começam fenômenos anormais direcionados à Eleonor, que vai desenvolvendo um sentimento de pertencimento a casa, ao mesmo tempo que planeja suicídio.

A esposa do cientista, também paranormal, chega à casa. Todos concluem que a casa estava fazendo mal à Eleonor e que ela deve deixar a casa.

Eleonor vive um luto pela despedida da casa. Ao deixar a casa, segue dirigindo e bate em uma árvore e morre.

Não fica claro se a casa apresenta fenômenos paranormais ou se é uma cada comum, com ruídos normais decorrentes de estrutura mesmo e Eleonor vê as coisas autosugestionada, pois a história é contada a partir da ótica dela.

O tema do suicídio o funcionamento - doentio, desvirtuado - da cabeça do suicida é uma reflexão importante que se infere da obra.

Por fim, vale ressaltar que a casa, também, pode ser considerada personagem protagonista, dada sua organicidade, relevância na condição psicológica de Eleonor.


quarta-feira, 9 de outubro de 2019

"A SOCIEDADE DO CANSAÇO", Byung-Chul Han



"A sociedade do cansaço", de Byung-Chul Han, filósofo sulcoreano, é uma obra que transita em áreas diversas do conhecimento.

O autor considera a atual sociedade cansada, convidando o leitor à refletir sobre a sociedade moderna e sua lógica de funcionamento que chama de imunológica.

A referência à terminologia das Ciências Biológicas é utilizada para justificar o comportamento da sociedade atual enquanto repele o outro, como sendo algo que oferece risco, perigo.

Assim, devido os riscos da nocividade do outro, passamos a nos socorrer de recursos que nos faça vevitar o que vem do outro.

Trata do excesso de positividade, ao discorrer o entendimento das pessoas que acreditam poder tudo.

Em contrapartida às proibições estudadas pela psicanálise, o excesso de positividade atual é maléfico, ideia ilusória, perniciosa.

As situações da vida não dependem somente do esforço pessoal, mas de variáveis que não controlamos. Assim, desde que haja uma busca incessante pelo que se considera sucesso, haverá frustração, dado que nem todos alcançaram seus objetivos.

Trata do processo de pasteurização das maneiras de desenvolvimento das pessoas, sem que usufruam do momento de contemplação,   apagando a individualidade.

A contemporaneidade, que repudia o tempo do tédio, deixa de refletir sobre si, sobre a nossa existência.

Questiona se os nossos sonhos são, mesmos, os nossos ou não nos seriam impostos pelas interações amplas que a tecnologia avançada permite.

A obra dialoga com clássicos como Freud, Foucault, Marx, Nietzche.

Culto do corpo na contemporaneidade implica em certa aniquilação do indivíduo como ser pensante, do nosso lugar no mundo.

Não se sabe mais se escolhemos nossos caminhos ou somos escolhidos sem muito poser de negociar.

As oatologias psicossomáticas da atualidade seriam consequência dessa extrema produção, otimização, positividade.

Entende que a celebração da arte, de ver e enxergar o inútil, pode ser caminho da sobrevivência do homem pensante, consciente da sua condição.

Aborda a dificuldade em namão ser reativo o tempo todo, pela quantidade insana de estímulos que não pernite algo como o "ócio criativo", não ha muita margem para nao sermos reféns do que vivemos.

Parece-me que emerge uma contradição a partir da overdose de informações, a qual, justamente, acaba por deixar o campo fértil que frutifica a própria criatividade vai se esgostando, exaurindo-se, levando ao efeito contrário ao esperado.

Nessas discussões, surgem as patologias da mente contemporâneas, como Síndrome de Burnout, hiperatividade etc.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

"LUZ E SOMBRA", original de Maria José Dupré



Que satisfação falar sobre obras de Maria José Dupré, a Sra. Leandro Dupré. Emociono-me!

Desde criança, devoro os livros da Sra. Dupré. Ouso dizer que, provavelmente, seja minha autora predileta. Quiçá, tenha sido ela que me enveredou para a área das leituras, com as obras da Coleção Vagalume.

Recordo-me, com o prazer inerente às atividades imaginativas e criativas que perduram no tempo, de que, com o meu irmão de elenco único, costumava performar teatralmente as obras.

Hoje, me deparei com a Série "Luz e Sombra", baseado no romance da escritora Maria José Dupré, com adaptação de Adriana Lisboa, Wagner Sampaio e Dimas Oliveira Junior.

De acordo com a publicação no canal do Youtube de Dimas Oliveira Junior, de 24/09/19, divodida em 9 capítulos, "Luz e Sombra" conta a história de uma família da nobreza tradicional de barões do café do século XIX, vivendo os momentos finais da escravidão no Brasil, seus reflexos e conflitos familiares.

Episódio I

Cidade, ainda Província, de São Paulo, em 1903, em um cômodo vazio de casarão da época, vestida de preto, xx caminha pensativa.

Província de São Paulo, 1887.

Maria Letícia, censurada pela mãe, casou-se com Fernão em conformidade com as tradições patriarcais da época, mas, mais contumazmente, em rivalidade com a irmã, interessada no cadidato, Francisca Michelina.

Triste e arredia, como observado pela mãe e irmãs, Michelina, com violetas nos cabelos, dizia que não era feliz e vaticinava que Maria Letícia, também, não o seria.

Episódio II

Colheira próspera de café, Fernão, direito, 

Matriarca Maria Letícia, solicita à Mãe, que os pais cedessem os escravos Modesta e Benedito para servi-la em sua nova casa. Convida a irmã Rosa para passar uns dias em seu novo lar, que aceita a contragosto por anuência da Mãe.

Escravas lavam roupa à beira do rio, falando do cativeiro do trabalho escravo, das crueldades do Feitor, supervisionadas pelo próprio.

Lamentam as dores da vida com cantigas em língua materna africana.

Feitor Joaquim e Frederico cobiçam a escrava Salustiana. O Feitor tenta abusar da moça às margens do rio. Ela foge.

Maria Letícia e Fernão falam, num cenário bucólico, da felicidade das núpcias. Letícia cita versos de Fernando Pessoa.

Novos escravos chegam da Bahia, batucam suas danças originárias.

Episódio III

Paço Municipal de São Cristovão, Rio de Janeiro, 1888

Na Capital do Brasil, Sr. Xx conversa com Princesa Izabel sobre a abolição da escravatura.

Princesa Izabel refere que a construção do Brasil é triburária à "raça" negra.

Trata da necessidade da renúncia do usufruto dos negros que considera, injustamente, infelizes.

Salustiana mostra-se com espírito de liderança e entre os negros. Feitor Joaquim tenta atacá-la novamente.

Escravos tratando mal um ao outro, numa cadeia de opressão entre eles mesmos.

Irmãs Maria Letícia e Mana Rosa conversam. Escrava Zaila noticia que Escrava Inocência cuspiu dentro dos barris de água.

Episódio IV

Maria Letícia ordena ao Feitor Joaquim que castigue Inocência severamente pelo ocorrido.

Rosa ressalva que Inocência é doente, sofre de ataques, que não seria prudente cartigá-la com sova, sugere que a enviem a Santarém. Maria Letícia não muda de ideia.

Inocência é açoitada. Grita clemência a Sinhá Letícia, bradando ser branca.

Inocência morre.

Fernão questiona Maria Letícia, diz teria sido melhor não castigá-la pelo tronco. Sinhá Letícia não cede.

Os escravos veem Inocência morta no tronco. Levam-na para enterrá-la sob cantos africanos.

Fernão, Letícia e Rosa comentam a morte de Inocência pela sova de chibata.

Fernão considera o episódio desnecessário e desagradável. Rosa, apesar de ter discordado da irmã, a consola diante do erro.

Episódio V

Os escravos preparam o enterro de Inocência.

As mulheres lamentam, mas não se mostram arrependidas de rerem denunciado Inocência. Os homens choram em silêncio.

Fernão fala a Maria Letícia sobre a notícua dada por Alberto pela abertura de um inquérito pela acusação de assassinato da escrava ordenada pela Sinhá. 

Comentam sobre quem teria feito a denúncia, possibilidade de ser um abolicionista.

Fernão questiona as ordens ao Feitor Joaquim, que fala a verdade, contrariando as justificativas de Letícia de que não teria intenção de que o castigo fosse tão grave como contou ao marido.

Letícia e Rosa conversam sobre o escândalo. Letícia lamenta o ocorrido por ver o marido sofrer por haver o inquérito. Rosa lembra a irmã de seu orgulho de não ter voltado atrás.

Província de Sã Paulo, fevereiro de 1888

Senhores e clero conversam sobre a lavoura. Padre fala do aumento produção de café para o ano seguinte, enquanto alguns acreditam ser o cultivo de algodão mais próspero.

A abolição é citada como fator importante no sucesso da agricultura.

Mesmo os abolicionistas não querem o fim da escravidão para o momento. Tratam da possibilidade de substituição da mão de obra escrava pela do imigrante.

Episódio VI

Na casa grande, Maria Letícia e Rosa lembram de fugas e invasão de escravos e os perigos que traziam à propriedade.

Letícia empunha uma espingarda e enfrenta os invasores ao lado de fora do casarão, acompanhada dos escravos da casa, temerosos.

Os escravos invasores se apresentam dizendo que querem apenas comer. Em princípio, Sinhá Letícia não acredita, mas dá alimento aos homens. Ela chora.

Dias depois, chega o noivado de Francisca Miquelina, que lamenta não poder se casar com homem que não ama, nem escolheu.

O casamento de Miquelina e Rodolfo acontece. A noiva chora e o evento é sombrio, mais se parece um funeral do que dara celebrativa.

O Feitor persegue Salustiana na mata e a estupra. Salustiana demonstra ter gostado e, ao final, chuta-o, indo banhar-se nua na cachoeira.

Barão Félix e Baronesa ficam sabendo do inquérito, questionando quem teria feito a denúncia.

Episódio VII

Senhora Barosa amiga visita a família. Fala da denúncia contra Maria Letícia. Entende que a família não merece sofrer um inquérito. Acredita que abolicionistas sejam os delatores do ocorrido. 

Rosa lembra que o ano de 1888 foi de muitas lutas.

Barão Félix assedia as escravas. Salustiana, companheira de Benedito, é atacada novamente.

Rosa reflete sobre o casamento de Miquelina e a infelicidade no casamento.

Miquelina revela à escrava que Letícia merece a investigação por ser orgulhosa.

Rodolfo, esposo de Francisca Miquelina, avalia os escravos para compra, com auxílio de outro negro.

Rodolfo é um marido opressor, maltrata e agredia Miquelina e a proíbe de sair de casa. Levava uma vida dupla entre o casamento e a homossexualidade.

Na cachoeira, Benedito refresca-se nu. Rodolfo aparece e há um envolvimento sexual entre os dois, na qual a dominância hierárquica se inverte.

Episódio VIII

Fernão conversa é avisado sobre a abolição da escratura de iniciativa da Princesa Izabel. Letícia consola o marido.

Entre as mulheres, à mesa, o clima é de tristeza devido a denúncia do assassinato de Inocência e a proximidade do final da escravidão.

Os Senhores dizem que a escrava teria morrido por razão diversa do açoite.

A família preocupa-se a respeito do delator de Maria Letícia, consideram-no traidor, quem quer que fosse.

Aos 13 de maio de 1888, Princesa Regente Izabel assina a Lei da Abolição da Escravatura - Lei Áurea, no Paço Imperial do Rio de Janeiro.

Os escravos e abolicionistas comemoram a liberdade.

Episódio IX - final

Rosa lê no jornal amassado sobre a extinção da escravidão.

Maria Letícia e Rosa observam a saída dos escravos livres.

Escrava Zabé pragueja contra os escravos que foram embora.

Fernão sente-se derrocado. Letícia diz que é a vida que se modifica e o mundo que caminha.

Rosa observa a retirada dos escravos, lembra que Inocência jaz em descanso.

Maria Letícia dá a luz à uma criança de nome Inocência, e morre após e em decorrência do parto. Ainda agonizante, pede que Rosa cuide da menina.

Embora tenha sido declarada inocente, Sinhá Letícia não resistiu ao julfamento moral da sociedade.

Em 1903, Rosa, na posição de narradora-personagem, reflete sobre a dualidade da vidade Alegria e tristeza. Subida e descida. Felicidade e desventura. Luz e sombra. Fim.



Créditos de Artes todas, rendidas homenagens:

Adaptação Dimas de Oliveira Junior
Roteiro Adri Lisboa e Wagner Sampaio

Elenco:
Fran Elmor (Maria Letícia)
Théo Hoffmann (Fernão)
Júlia Costa (Rosa)
Roni Andrade (Joaquim)
Thais Vellasques (Baronesa)
Lixa Palosa (Mamã Zabel)
Carol Ghirardelli (Leopoldina)
Hellen Kazan (Francisca Miquelina)
Rafael Custódio (Rodolfo)
Alcione Weizmann (Princesa Isabel)
Lucia Cavalheiro (Salustiana)
Cici Antunes (Modesta)
Antonio Eduardo Marques (Barão)
Jefferson Moraes (Benedito)
Devalci Freitas (José)
Wesley Alves (Félix)
Luiz Rodriguez (Joaquim Nabuco)
Higor Gabriel (Luiz)
Jean Diego Visconti (Conde D'Eu)
Rafael Bacelar (Padre João)
Luana Dias (Inocência)
Jairo Silva (Berico)
Nicoly de Sá (Zaila)
Maelly Orion (Chica)
Maycon Clinton Silcha (Escravo 1)
Renan Muramda (Escravo 2)
Bruno Silveira (Escravo 3)
Claudia Savastano (Baronesa de Lessa)
Luiz Silvestre (Capitão do Mato)
Felipe Chevalier (Epaminondas)
Tati Scaglioni (Eponina)
Pablo Oliveira (Lourenço)
Gustavo Spina Vargas (Ministro Cotegipe)
Andrei Scafi de Vasconcelos (Souza Dantas)
Igor Lazarini (André Rebouças)
Fábio Tavares (Feitor)
Mauricio Reti (Dr. Maranhão)
Emerson Davi (Teonito)
Ricardo Ferrianci (Escravo Fugitivo)
Cintia Silva (Dama 1)
Dedé Duarte (Dama 2)
Itamara Bueno (Dama 3)
Luis Fernando Generoso (Zé do Congo)
Nathalia Cabral (Jeronima)
Hyago Gomes Silva (Escravo Criança 1)
Renan William (Escravo Criança 2)
Yasmin Moura (Escrava Alforria 1)
Adriane Mattos (Escrava Alforria 2)
Ana Cláudia Silva (Escrava Alforria 3)
Jéssica Ellen (Escrava Alforria 4)
Manoel Lima (Juiz)
So-lor Tyheran (Jurado 1)
Bruno Nabuco (Jurado 2)
Rafael Grisoste (Jurado 3)
Elysiario Strada (Jurado 4)
Bruno Secco (Jurado 5)
Weverton Philliph (Jurado 6)
Pietra (bebê Inocência)

Participação Especial:
Bruno Pacheco (Dr. Pyraja)

Produção:
Felipe Chevalier
Natália Endo
Tony Xavier

Produção Executiva:
Julia Costa

Direção de Fotografia:
Sou Vini

Câmera:
Tony Xavier

Edição e Finalização:
Douglas Jefferson

Direção de Arte:
Dimas de Oliveira Junior e coletivo

Assistência de Direção:
Roni Andrade
Bruno Pacheco

Casting:
Dimas de Oliveira Junior
Luan Sávio

Elenco de Apoio:
Vera Generoso

Caracterização Visual:
Lucia Cavalheiro
Luana Dias

Trilha Sonora Oficial:
"Banzo", Rafael Peretta, Leando Poletti, Max Cleber

Trilha Acidental:
"A Truta" ("Die Forelle"), Schubert
"Valsa Minuto", Chopin
"Saudade", Cícero Euclides
"Clarinet Concerto in A K. 622, II, Adagio,", Mozart
"Coppélia", Act I : 4. Mazurka - Saint Petesburg Radio and TV Symphony Orchestra
"Symphony No. 7 in A Major op. 92 - Alegretto", Beethoven
"Moonlight Sonata" - 1st Movement, Beethoven
"Before Dawn", de Audionautix
"Love Harvest", Kevin MacLead
"King's Men", Biz Baz Studio
"Tribal Affair", SYBS


Oficina de Arte Rosina Pagan


Opremido quer ser opressor.
Sra sao bons pra eles. Malvadeza por sermais vvranca. Tronco. 
Escravos intervém pedindo que Zabé convença a desistir, sem sucesso, Saluatiana concotda.




Análise crítica
Por Fiametta Franchin

Com tantos fatores intensos sobre história, nacionalidade, patriotismo, brasilidade, discussão étnicas, identidade nacional, humanismo e humanidade, assisti à série num só fôlego. 

A despeito das questões muito repisadas sobre a escravidão no Brasil, o olhar não maniqueísta sobre o ser humano foi o mais assolador durante todo a série.

Tal como o título, toda a obra foi perpassada pela dualidade intrínseca a todas as coisas.

Ao contrário da visão polarizada do bem versus o mal, vemos a humanidade das pessoas oscilantes entre atos bons e atos maus.

Recordei-me de um Professor que, certa vez, revelou a inexistência de um todo bem ou todo mal. Que a pessoa humama, toda ela, apresenta tendências para a prática de bons ou maus atos, sem que seja possível classoficá-la em um ou outro rótulo e encerrá-la de per si.

Todas as personagens demonstram suas inclinações para a prática do bem e do mal. Não há vilões, nem mocinhos, estabelecidos.

Maria Letícia, aparentemente, a vilã do enredo, responsável pela morte da escrava Inocência, possui atos de compaixão, coragem, bravura generosidade, arrependimento, em última instância, de bondade.


Fernão 











































segunda-feira, 12 de agosto de 2019

ROBERTO CABRINI - jornalista

"Fazer jornalismo não é perseguir." (Roberto Cabrini, Canal YouTube Morning Show, Jovem Pan, publicação 25/04/19)

"Nao se consegue transparência com censura." (Roberto Cabrini, Canal YouTube Morning Show, Jovem Pan, publicação 25/04/19)


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terça-feira, 6 de agosto de 2019

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - escritor


"Amar o perdido deixa confundido este coração.
Nada pode o ouvido contra o sem sentido apelo do não. 
As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão.
Mas as coisas findas muito mais que lindas essas ficarão." 
(Carlos Drummond de Andrade)

COLONEL FRANK SLADE

Perfume de Mulher - Cena do Tango - 
"-Would you like to learn to tango, Donna?
-Right now ?
-I'm offering you my services... free of charge. What do you say ?
-Ah... I think I'd be a little afraid.
-Of what ?
-Afraid of making a mistake.
-No mistakes in the tango. Not like life. It's simple. That's what makes the tango so great. If you make a mistake, get all tangled up, just tango on."
Tango: "Por una cabeza"

MARTHA MEDEIROS


Pessoas habitadas por Martha Medeiros
"Estava conversando com uma amiga, dia desses. Ela comentava sobre uma terceira pessoa, que eu não conhecia. Descreveu-a como sendo boa gente, esforçada, ótimo caráter. “Só tem um probleminha: não é habitada.” Rimos. É uma expressão coloquial na França — habité — mas nunca tinha escutado por estas paragens e com este sentido. Lembrei-me de uma outra amiga que, de forma parecida, também costuma dizer “aquela ali tem gente em casa” quando se refere a pessoas que fazem diferença.
Uma pessoa pode ser altamente confiável, gentil, carinhosa, simpática, mas se não é habitada, rapidinho coloca os outros pra dormir. Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída, não necessariamente pelo demo, ainda que satanás esteja longe de ser má referência. Clarice Lispector certa vez escreveu uma carta a Fernando Sabino dizendo que faltava demônio em Berna, onde morava na ocasião. A Suíça, de fato, é um país de contos de fada onde tudo funciona, onde todos são belos, onde a vida parece uma pintura, um rótulo de chocolate. Mas falta uma ebulição que salve do marasmo. Retornando ao assunto: pessoas habitadas são aquelas possuídas por si mesmas, em diversas versões. Os habitados estão preenchidos de indagações, angústias, incertezas, mas não são menos felizes por causa disso. Não transformam suas “inadequações” em doença, mas em força e curiosidade. Não recuam diante de encruzilhadas, não se amedrontam com transgressões, não adotam as opiniões dos outros para facilitar o diálogo. São pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem nenhuma disposição para serem bonecos de ventríloquos. Ao contrário, encantam pela verdade pessoal que defendem. Além disso, mantêm com a solidão uma relação mais do que cordial.
Então são as criaturas mais incríveis do universo? Não necessariamente. Entre os habitados há de tudo, gente fenomenal e também assassinos, pervertidos e demais malucos que não merecem abrandamento de pena pelo fato de serem, em certos aspectos, bastante interessantes. Interessam, mas assustam. Interessam, mas causam dano. (...)
Que tenhamos a sorte de esbarrar com seres habitados e ao mesmo tempo inofensivos, cujo único mal que possam fazer é nos fascinar e nos manter acordados uma madrugada inteira. Ou a vida inteira, o que é melhor ainda."
(Fonte: SANTOS, Joaquim Ferreira dos. (org.). As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva. 2007. p. 324-5.)

RAFAEL AUSTREGÉSILO SOARES



"Escolher é perder sempre." (Rafael Austregésilo Soares, filho de Jô Soares e Theresa Austregésilo, autista, falecido aos 50 anos, em 31/10/2014, em decorrência de câncer, ao recusar a escolha de apenas 6 livros dentre 12 livros que havia selecionado numa livraria.)

GEORGE LUKÁCS


"O mundo é vasto, e no entanto é como a própria casa, pois o fogo que arde na alma é da mesma essência que as estrelas; distinguem-se eles nitidamente, o mundo e o eu, a luz e o fogo, porém jamais se tornarão para sempre alheios um ao outro, pois o fogo é a alma de toda a luz e de luz veste-se todo fogo." (LUKÀCS, George. "Teoria do romance")

FRANZ KAFKA


"As sereias entretanto têm uma arma ainda mais terrível que o canto: o seu silêncio." ("O Silêncio das Sereias - Narrativas do espólio", por Franz Kafka)

CÁRMEN LÚCIA - Ministra do Supremo Tribunal Federal


Sobre as piadinhas:
"No deboche, você desmoraliza não apenas o discurso, você faz com que fique leve a situação e, de novo, fique invisível [a mulher]". (Ministra Cármen Lúcia)

BIBLIOTECA ONLINE gratuita em inglês


Livros gratuito em inglês reunidos em Biblioteca virtual online (obras em inglês):



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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

SAÚDE - Manual de Ginecologia Natural e Autônoma


Obra distribuída gratuitamente, produzida em Salvador, Bahia, formado pela coletânea de textos de Laís Souza, Jaqueline de Almeida, Luma Flôres, Maíra Coelho.



quarta-feira, 31 de julho de 2019

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE



"Para você, desejo o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada. Para você, desejo todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puder sorrir. Todas as músicas que puder emocionar. Desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida. Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente... Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua felicidade." (Carlos Drummond de Andrade)

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terça-feira, 30 de julho de 2019

MARQUÊS DE POMBAL



Marquês de Pombal foi um português de papel relevante na história de Portugal enquanto dominante so Brasil.
Pombal participou da administração de Portugal de 1.750 a 1.777, foi ministro do Rei de Portugal José I.

Em 1.755, houve um terremoto em Lisboa, que destruiu a cidade. Para custear a reconstrução da cidade, Pombal elevou os tributos das áreas de coloniais sob domínio português.

As práticas do Rei José I e Marquês de Pombal cunharam-lhes como déspotas esclarecidos. Tais práticas políticas associavam a estrutura absolutista (imposição, despostismo) com referenciais de ideais iluministas (esclarecidos pela iluminação da época).

Essas práticas vigoraram em, além de Portugal, na Espanha, na Ástria, na Rússia e na Prússia.

Marquês de Pombal ficou conhecido no Brasil pelas suas reformas pombalinas, vejamos.

Pombal providenciu a extinção das capitanias hereditárias, passando-as para capitanias reais da Coroa. Ou seja, as capitanias deixaram o domínio privado sob o qual estavam até então e passaram a ficar sob responsabilidade do Poder Público.

Pombal incumbiu-se de transferir a capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. Certamente, a atividade mineradora do centro-sul foi fator importante para a decisão.

Os jesuítas foram expulsos de Portugal e das colônias por Marquês de Pombal. 
De um modo geral, percebe-se que, em última instância, o fim foi econômico.
Os jesuítas tinham dominío sob a educação, ou seja, o ensino estava vinculado à religião. 
Quando Pombal adota a laicização, a secularização, como forma de afastar a interferência religiosa sobre o povo, houve conflito com os interesses dos jesuítas.
Por outro lado, não era do interesse de Pombal que as ideias anticlericais iluministas fossem propagadas, pois a política de laicização reforçava o patronado, concedendo certa autonomia aos jesuítas.
A decisão foi pela expulsão dos jesuítas de Portugal e da ls colônias devido a influência indesejada dos ideias anticlericais iluministas que davam autonomia aos religiosos, também não desejado.

No plano jurídico com efeitos econômicos, depois da saída dos jesuítas, foi expedido um decreto determinando o confisco dos bens e terras pertencente a eles, o que revela interesse financeiro do Estado com a saída dos jesuítas.

Além disso, foram instituídos tributos para subsidiar a educação colonial atribuída ao Estado, a qual era de responsabilidade dos jesuítas até então.

A abolição da escravidão indígena teve como intuito implementar a política indigenista que integrasse o índio à população portuguesa, incorporando seus hábitos, costumes, valores europeus.

Foi autorizada a instalação e funcionamento de manufatura têxteis no Brasil cuja finalidade era fazer com que a produção colonial abastecesse a Coroa portuguesa.

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domingo, 28 de julho de 2019

JAMES JOYCE - Obras em pdf em inglês gratuito


Obras do autor irlandês James em pdf para download gratuito, em inglês, disponibilizadas pela The University of Adelaide Library, University of Adelaide, South Australia (eBooks@Adelaide).






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quarta-feira, 24 de julho de 2019

LÍNGUAS NATIVAS - Haida


Haida é uma comunidade aborígene no Alaska (coml os indígenas locais), com pouquíssimos falantes nativos hoje, considerada língua em extinção.

Encontrei o Dicionário de Haida do Profressor Dr. Jordan Lachler. Dicionário bilíngue: Inglês-Haida e Haida-Inglês.

Um trabalho excelente de muito valor linguístico.

Segue link onde encontrei em pdf, mas indico outros links para compra da obra, o que recomendo fortemente, pelo reconhecimento do estudo e apoio ao pesquisador e à Ciência.

Capa oficial do Dicionário






Nota: Nenhum link afiliado ou com comissão.

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sábado, 20 de julho de 2019

"VIDAS SECAS", Graciliano Ramos



"Vidas Secas" é uma obra do gênero literário novela, de capítulos desmontáveis, fragmentados, estilo de época 2a. Geração Modernista na prosa, romance de 30 (prosadores nordestinos), cujo enredo ocorre no sertão nordestino de Alagoas, estado natal do autor Graciliano Ramos, e o tempo é o início do século XX.

O narrador é em terceira pessoa, perscruta a psiquê das personagens, seus mundos interiores.

Capítulo 1 - "Mudança".
O leitor é apresentado à família de retirantes, que é o núcleo da narrativa formada pelo vaqueiro Fabiano, sua esposa Sinhá Vitória, os filhos menino mais velho e o menino mais novo (despersonalização, não têm nomes), a cachorra Baleia e o papagaio.
Fabiano vê a criança caindo de fome, em impulso animalizado pensa em puxar o facão e matar a criança, mas apenas bate com a prancha (lateral) do facão para o menino levantar-se.
O vocabulário do papagaio é reduzido, porque, embora reproduza a voz das pessoas, a família pouco fala e o papagaio só grunhe, assim como os humanos, que latem como Baleia.
O papagaio morreu e eles disputam os pedaços para comer.

Capírulo 2 - "Fabiano".
Família chega numa fazenda que acreditam abandonada, mas aparece o dono da fazenda, que pretende escurraçá-los do local, Fabiano pede para ficarem e trabalhar ali arrendando a terra (aluguel), e o fazendeiro aceita que eles trabalhem para pagar o arrendamento.
Fabiano apresenta vocabulário reduzido, muitas vezes, só grunhe ou produz ononatopeias, como animais. Inveja o Seu Tomás da Bolandeira, pela sua educação, possui cama de couro, ao contrário da família de rerirantes que dorme em trapos no chão. Fabiano se sente um bicho, um animal.

Capítulo 3 - "Cadeia".
Fabiano faz umas contas para Sinhá Vitória para fazer umas despesas e ele vai para a cidade. Lá, sente-se inferiorizado, inadaptado, humilhado.
Vai até a venda tomar cachaça, o Soldado Amarelo (autoridade governo) chama-o para jogar cartas. Fabiano não quer, mas teme a recusa, joga e perde o dinheiro das contas do mês, causando um desentendimento. Sai da mesa resmungando. O Soldado fica ofendido, pisa no pé de Fabiano, que é preso e espancado. Ele passa uma noite na cadeia.

Capítulo 4 - "Sinhá Vitória".
Sinhá Vitória é a mais inconformada da situação de miséria da família. Sonha ter a cama de couro do Seu Tomás da Bolandeira. Ela apresenta um pouco mais de habilidades que o marido, ela faz as contas da casa etc.

Capítulo 5 - "O menino mais novo".
O menino mais novo tem um único desejo que é ser vaqueiro como o pai. Forte, alto, domador de cavalos. Tenta imitar o pai, monta em um bode e cai, o irmão mais velho ri e a Baleia parece desaprovar a atitude.
Mesmo não conseguindo fazer como o pai, não se afasta do seu sonho, não é demovido dele.

Capítulo 6 - "O menino mais velho".
O menino mais velho quer conhecer o mundo, tem dificuldade em entender as palavras.
Ouve a vizinha Sinhá Terta falar "inferno", impressiona-se com a palavra e questiona a mãe do significado. A mãe tenta explicar como pode, dizendo ser um lugar negativo. O menino pergunta se ela conhece, se já foi ao inferno, ao que ela fica brava.
O menino mais velho aproxima-se do papagaio e de Baleia, identifica-se com eles.

Capítulo 7 - "Inverno".
A família se junta na casa pobre para se aquecer, Fabiano conta histórias com dificuldade pelo seu vocabulário pequeno, Baleia não entende e sai, ele se frustra por não conseguir contar suas histórias 

Capítulo 8 - "Festa".
Família vai para a cidade no natal, pedem que Sinhá Terta faça roupas para eles usarem. Mas eles não estão acostumados com aquelas vestimentas, paletó, sapatos. Revela-ae a situação de inferioridade, vergonha, sensação de ridículo. Choque entre o mundo do sertão e o mundo da cidade, onde a família não se adapta, se sente intrusa.
Fabiano embebeda-se, lembra das cenas do espancamento. Depois, volta para a família.

Capítulo 9 - "Baleia".
Graciliano Ramos escreveu este capítulo primeiro, posteriormente, criou a história ao redor dele.
A Baleia é a personagem mais humanizada da família. Fixa hidrófoba, adoece, caem os pêlos, aparecem feridas pelo corpo.
Fabiano decide sacrificá-la. Porém, quando vai atirar nela, acaba errando e não mata na hora.


Ela começa a agonizar e mente dela. Ela sua, vê um mundo cheio de oreás, os msninos gordos, Dabisno que lhe acariacia, um delírio de morte.
Baleia morre.

Capítulo 10 - "Contas".
Fabiano pega o dinheiro com Sinhá Vitória para fazer o acerto com o patrão, mas as contas que ela faz sempre recebe menos.
Fabiano fica irritado com o patrão, que diz que vai mandá-lo embora. O vaqueiro humilha-se para não perder o trabalho.
Esse é um movimento repetido de Fabiano: revolta e resignação, pede desculpas, assume o "erro".
O patrão exerce um domínio intelectual sobre Fabiano ao falar em juros. Como Fabiano não entende, fica sem agir ou defender-se.

Capítulo 11 - "Soldado Amarelo".
Fabiano reencontra o Soldado Amarelo na caatinga um ano após o ocorrido entre eles.
Fabiano pretende vingar-se, pois não tinha ninguém. Entretanto a farda do Soldado intimida Fabiano, que desiste da vingança (opressão institucional da autoridade).
O Soldado pergunta o caminho  de volta para a cidade, Fabiano responde e nada mais faz.

Capítulo 12 - "O mundo coberto de penas": prenúncio de nova seca, as aves de arribação estão migrando, sinal de que a seca será severa.
Fabiano e Sinhá Vitória, ao entender a previsão, sem pronunciar palavras, pegam suas coisas e começam a fugir da seca, como no primeiro capítulo.

Capítulo 13 - "A fuga".
Fabiano ganha cada vez menos, a família decide fugir da fazenda. Nutrem esperança de estudos dos meninos, Sinhá Vitória sonha com a cama novamente.
O sertão vai continuar mandando para cidade homens fortes, brutos como Fabiano.

Características da obra

- Estilo conciso e linguagem seca, sem diálogos, para descrever o lugar seco, as personagens secas.

- Tema da incomunicabilidade entre as personagens que não são capazes de verbalizar, expressar o pensamento. Comunicam-se por onomatopeias, exclamações, resmungos e gestos. O papagaio que reproduz a voz humana não produz palavras, só os grunhidos escaços da família e latidos de Baleia.

- Sondagem psicológica: discurso indireto livre, fala da personagem confunde-se com a do narrador, que empresta sua linguaguem para esses seres que não a possuem.

- Opressão x resignação: oprimidos de um lado (sertanejo) e opressores de outro (sistema de dominância cultural, intelectual, financeira, social) e Fabiando resignando-se quanto ao Soldado Amarelo, ao dono da fazenda, ao fiscal da Prefeitura que cobra impostos.

- Zoomorfização x Humanização: personagens humanas são aproximadas aos animais, são zoomorfizadas, enquanto a Baleia é antromorfizada, apresenta humanização que falta a familía, tem nome ao contrário dos meninos. Sonha com um mundo melhor, sonha mais complexo do que o da Sinhá Vitória.
Privação humana do elementar e básico para a sobrevivência, subsistência, vidas ficam totalmente secas (de alimento, de saúde, seca de moradia, seca de segurança, secas de sonhos). Degeneração do humano. Humanos que se distinguem dos animais pela inteligência passam a agir como animais desumanizados. Os sonhos da Baleia são sonhos pertinentes à humanidade, sonhos das pessoas são desejos mínimos, secos, como a vida deles.

- A linguagem que é recurso do opressor sobre a família oprimida é a mesma que confere algum "status" a eles ao intitular cada capítulo com o "nome" de cada um dos membros. Natureza dúplice: se por um lado é ferramento do opressor, por outro, ao menos literariamente, dá alguma dignidade, alguma propriedade, alguma importância humana, relevante às personagens

Ao final, resta uma esperança de que os meninos possam estudar e ter uma vida menos sofrida.

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sexta-feira, 19 de julho de 2019

LITERATURA INDÍGENA - Manual dos remédios dos Yanomami



Manual dos remédios tradicionais dos Yanomami.

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sábado, 13 de julho de 2019

"QUINCAS BORBA", Machado de Assis



"Quincas Borba", obra literária de Machado de Assis, é uma produção do gênero romance, de narrativa longa, cuja escola literária é o Realismo e apresenta narrador em terceira pessoa, onisciente.  

O espaço onde ocorre a narrativa é a cidade de Barbacena/MG, e a maior parte na Corte, Rio de Janeiro, a segunda parte no século XIX. A obra foi publicada de 1886 a 1891 em folhetim. Os trechos foram reunidos e publicados como livro em 1982.

Enredo

A história começa no meio da narrativa que é contada, em digressão ao que já aconteceu e está sendo recordado.

Rubião rico, olha pela janela, na Corte, rememorando como passou de professor humilde a capitalista rico, como chegou até ali.

Assim emerge o passado de Rubião e sua relação com Quincas Borba, o filósofo ateu, muito rico, que recebeu uma herança (o que se remete à personagem Quincas de "Memórias póstumas de Brás Cubas"), filósofo que volta para Barbacena/MG, aproxima-se se viúva Maria da Piedade, irmã de Rubião.

Rubião percebe o interesse de Quincas por sua irmã e pensa no dinheiro que poderia entrar para a família, e pretende casá-la com ele. Maria da Piedade morre por problema no pulmão.

Quincas fica mal, doente. Rubião aproxima-se de Quincas e passa e cuidar dele, como um acompanhante, enfermeiro. Ele deixa de dar aulas, por  estar interessado em parte na herança.

Quincas Borba tem um cachorro, chamado pelo mesmo nome Quincas Borba.

Borba chama Rubião e fala sobre  a teoria do Humanitismo, sobre as coisas continuarem umas nas outras, de acordo com o princípio da eternidade da vida.

O Humanitismo é similar à teoria da evolução darwiniana, que diz que só os mais aptos sobrevivem. E a substância de onde saem e para onde vão todas as coisas é chamada de Humanitas.

Rubião passa a achar o cachorro empecilho, rival, concorrente, pela atenção do "amigo".

Em conformidade com o Humanitas, o princípio da Vida está presente em tudo.

Quincas explica a tese fazendo alegoria do campo de batatas. Se há duas tribos famintas disputando um campo de batatas e fosse dividido, as duas morreriam, assim, é necessário que uma vença e elimine a outra, fica com o campo e sobreviva. "Ao vencedor as batatas; ao vencido, o ódio ou compaixão".

Trata da luta entre os homens, em um elogio a guerra, a morte. Rubião não entende esse sentido teórico.

Quincas vai Rio de Janeoro encontrar o amigo Brás (subentende-se Brás Cubas) e, lá, Quincas morre.

Abre-se o testamento de Quincas. Rubião é o herdeiro universal da herança, com a condição de cuidar do cão Quincas como se fisse o próprio filósofo. Rubião, que já havia se desfeito do cachorro, vai buscá-lo contente.

Rubião fica milionário vai para Corte no Rio. 

No trem, Rubião conhece o casal Palha, Cristiano e Sofia. Eles percebem que Rubião é um matuto rico e se oferecem para ajudá-lo na Corte, na administração dos bens, com patrimônio, por interesses escusos.

Rubião, encantado pelo casal, principalmente por Sofia, aceita o auxílio para adquirir bens etc. Reune "amigos" para refeições, festas. Não tem controle sobre os gastos, é um perdulário.

Afeiçoa-se mais a Sofia, apaixona-se por ela. 

Ela manda uma caixa com morangos a ele convidando-o para jantar. Ele acredita que há interesse dela por ele, em virtude dessa iniciativa. 

Rubião vai à casa do casal, declara seu amor a Sofia, primeiramente, de maneira sutil, romanesca. Após, segura a mão dela. 

Ela estranha e revelavo ocorrido ao marido. Cristiano não recomenda que se indispusesse com Rubião, que não cortasse relações com ele, pelas pendências e dívidas com ele.

Rubião continua apaixonado. 

Mantém relações com figuras da cidade, com Camacho, um advogado bem politiqueiro, que quer manter o Jornal Atalaia.

Depois de se afastar e pensar em voltar a Minas Gerais após a recusa inicial de Sofia, volta ao convívio com o casal. 

Surge Maria Augusta e Maria Benedita, tia e prima de Quincas.

Também, aparece Carlos Maria, primo de Sofia, por quem ela tem interesse. 

Revela-se, então, que ela se mantevee infiel ao marido quando recusou Rubião, porque gosta de outro e nao pelo marido em si, pela fidelidade. Não é virtuosa.

O amor não correspondido de Rubiào começa a levá-lo à loucura.

Sofia e Cristiano pretendem acolher Maria Benedita, morta a tia Maria Augusta, para casar a menina com Rubião. Porém Maria Benedita casa-se com Carlos Maria. Sofia não gosta, mas nao manifesta, permanecendo sutil.

Rubião apresenta, cada vez mais, complexo de grandeza, megalomania, sinais de loucura, fazendo com que o dinheiro acabasse. 

Os amigos somem, Palha interna-o em casa saúde. 

Rubião foge e  volta a Barbacena, junto com cão. Fica enfermo, delirante, andando na chuva, perambulando pelas ruas da cidade mineira.

É acolhido pela Comadre Angélica. 

Rubião morre e paira a famigerada expressão: "Ao vencedor, as batatas".

Poucos dias depois, morre o cachorro Quincas abandonado nas ruas.

Características:

Machado de Assis tem características de pessimismo, ceticismo x ironia, humor.

Escreve com objetividade, frases curtas.

Há metalinguagem, em que o narrador conversa com o leitor.

Há Intertextualidade: Quincas aparece em "Memórias Póstumas de Brás Cubas". 

O Quincas de "Memórias Póstumas" seria o mesmo que aparece em "QuincasBorba", sendo o primeiro spin off da Literatura, a personagem que sai de uma série e aparece em outra.

Ingenuidade x sagacidade (casal Palha sagaz). Todas as personagens são sagazes, mantém e vivem de aparências, falsidade, nao revelam o que querem. Rubião é ingênuo e interesseiro, oportunista. O casal Palha. Nunca revelam as intenções (intenção verdadeira é redundância, pois não há intenção falsa, a intenção é o propósito, que pode ser bom ou mau, claro ou omitido, ambos verdadeiros.

Painel critico sociedade carioca: homem interesse e falsidade do homem, desde o tempo à época ate hunanudade como um todo.

Tema loucura do filósofo quincas e de Rubião, que termina o livro acreditando-ser napoleao, grandeza

Humanitismo, pode ser lida como paródia das filosofias sa épica, traz ionia e critica ao ser hunano, para manter se vivo, oprime, mata semelhantes.

O título da obra refere-se ao filosófo e cachorro, ambos. 

O cachorro Quincas segue com Rubiåo ao longo de toda a narrativa e e morre quase mesmo tempo que ele.

Rubião e o cão são o resumo do Humanitas, ao vencedor, as batatas, a riqueza, o dinheiro; ao vencido, o ódio, a compaixão.?????

Ainda, pode se fazer uma leitura de que o vencedor de um jogo de interesses não recebe nada de valor humano, nada que o faca crescer, evoluir, agregar como ser humano, mas, apenas meras batatas. Ou seja, a recompensa do vencedor de lutas inúteis, que não exercitam nenhuma virtudes, movidas por sentimentos e desejos rasos e medíocres, não são vitórias legítimas, dignas, mas sem valor humano algum, são só batatas.

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