quarta-feira, 9 de outubro de 2019

"A SOCIEDADE DO CANSAÇO", Byung-Chul Han



"A sociedade do cansaço", de Byung-Chul Han, filósofo sulcoreano, é uma obra que transita em áreas diversas do conhecimento.

O autor considera a atual sociedade cansada, convidando o leitor à refletir sobre a sociedade moderna e sua lógica de funcionamento que chama de imunológica.

A referência à terminologia das Ciências Biológicas é utilizada para justificar o comportamento da sociedade atual enquanto repele o outro, como sendo algo que oferece risco, perigo.

Assim, devido os riscos da nocividade do outro, passamos a nos socorrer de recursos que nos faça vevitar o que vem do outro.

Trata do excesso de positividade, ao discorrer o entendimento das pessoas que acreditam poder tudo.

Em contrapartida às proibições estudadas pela psicanálise, o excesso de positividade atual é maléfico, ideia ilusória, perniciosa.

As situações da vida não dependem somente do esforço pessoal, mas de variáveis que não controlamos. Assim, desde que haja uma busca incessante pelo que se considera sucesso, haverá frustração, dado que nem todos alcançaram seus objetivos.

Trata do processo de pasteurização das maneiras de desenvolvimento das pessoas, sem que usufruam do momento de contemplação,   apagando a individualidade.

A contemporaneidade, que repudia o tempo do tédio, deixa de refletir sobre si, sobre a nossa existência.

Questiona se os nossos sonhos são, mesmos, os nossos ou não nos seriam impostos pelas interações amplas que a tecnologia avançada permite.

A obra dialoga com clássicos como Freud, Foucault, Marx, Nietzche.

Culto do corpo na contemporaneidade implica em certa aniquilação do indivíduo como ser pensante, do nosso lugar no mundo.

Não se sabe mais se escolhemos nossos caminhos ou somos escolhidos sem muito poser de negociar.

As oatologias psicossomáticas da atualidade seriam consequência dessa extrema produção, otimização, positividade.

Entende que a celebração da arte, de ver e enxergar o inútil, pode ser caminho da sobrevivência do homem pensante, consciente da sua condição.

Aborda a dificuldade em namão ser reativo o tempo todo, pela quantidade insana de estímulos que não pernite algo como o "ócio criativo", não ha muita margem para nao sermos reféns do que vivemos.

Parece-me que emerge uma contradição a partir da overdose de informações, a qual, justamente, acaba por deixar o campo fértil que frutifica a própria criatividade vai se esgostando, exaurindo-se, levando ao efeito contrário ao esperado.

Nessas discussões, surgem as patologias da mente contemporâneas, como Síndrome de Burnout, hiperatividade etc.

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