"Lucíola", de José de Alencar, é do gênero romance urbano na Corte do Rio de Janeiro em 1855, cujo estilo de época é o Romantismo. Narrador em primeira pessoa: Paulo.
Enredo e personagens:
Paulo da Silva chega à Corte do interior. Conhece uma "mulher desacompanhada" (prostituta), Lúcia, a cortesã mais luxuosa do Rio.
Paulo se apaixona por ela, passa a visitá-la. Não se envolvem num primeiro momento, nem fisicamente.
Lúcia parecia fatal e ingênua ao mesmo tempo.
Lúcia faz uma "performance" erótica em uma festa, que impressiona a todos.
Na festa, aparecem as personagens Rochinha, um jovem devasso, e o Sr. Couto, um velho devasso.
Paulo envolve-se com Lúcia. Passa a morar con ela. A cortesã deixa as atividades na Côrte para dedicar-se à Paulo. Começa-se a falar que ela estaria sustentando Paulo, quando ele pede que ela volte à Corte.
Lúcia revela sua história. Diz que foi obrigada a levar essa vida. Aos 14 anos, com a família doente, Sr. Couto ofereceu moedas para relacionar-se sexualmente com ela, o que ocorre.
Ao contar para o pai sobre a origem do dinheuro, ele expulsa Lúcia de casa. Vai para o prostíbulo de Jesuína e Jacinto. Da pureza de Maria da Glória passa a assumir a identidade de mulher fatal de Lúcia (lúcifer), que dita as regras.
Embora fosse mulher pobre e prostituta, Lúcia é considerada excêntrica, pois ela dita as regras do jogo.
Lúcia continua suas atividades para dar um dote à irmã Ana, para que não tenha a vida dela.
Retira-se da Côrte para ficar com Paulo. O amor carnal passa a espiritual. O casal leva Ana (14 anos) pra morar com eles em uma chácara.
Lúcia anuncia gravidez a Paulo. Paulo fica feliz e dá a notícia a todos. A saúde de Lúcia se agrava devido um problema de coração. Fraca, diz a Paulo sobre a possibilidade de o filho não nascer, manifestando desejo de morrer com o filho. Ela pede que Paulo se case com Ana, ele se nega. Lúcia falece. Paulo torna-se tutor Ana. Ana casa-se.
Algum tempo depois, Paulo conhece a senhora G.M., que fala mal das cortesãs, Paulo as defende. Passa a escrever cartas sobre suas história de amor à G.M., que as publica em forma da obra "Lucíola".
Trata-se de romance epistolar composto pelas cartas de Paulo a G.M., publicado como Lucíola (vagalume que brilha no meio do charco e morre rapidamente).
Trilogia dos perfis de mulher de Alencar: "Diva", "Lucíola", "Senhora".
Exaltação do amor como grande tema: Paulo vence o preconceito por amor, assim como G.M. que, também, pelo amor entre Paulo e Lúcia se interessa em produzir a obra, tendo o papel de editora do livro.
Dualidade de Lúcia: mulher anjo Maria da Glória x mulher demônio Lúcia. Prevalece aquela pura de alma, cujo corpo se perverteu, mas o coração não.
Intertextualidade: "A Dama das Camélias", de Alexandre Dumas Filho, Lúcia lê a obra e revela discordar de Gauthier, pois se amava Armand Duval, não deveria se entregar a outro homem. Referência a prostituta de casta pura.
Traços realistas na corrupção da sociedade.
Final moralizante: amor e morte. Tributo à sociedade conservadora com a morte, embora tenha ousado em colocar uma mulher cortesã como protagonista que subverte as regras sociais de poder da época.
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