domingo, 2 de fevereiro de 2020

"INGRID VAI PARA O OESTE", filme de 2017



"Ingrid vai para o Oeste", original "Ingrid goes West", lançado em 2017, é uma produção cinematográfica atualizadíssima, que trata das novas relações intersubjetivas que as redes sociais propiciam.

Ingrid é uma adolescente que segue uma instagramer famosa, Taylor. Nutre uma obcessão pela webcelebridade.

Muda-se para Los Angeles para se aproximar da "influencer".

Acompanha toda a vida da moça, comenta suas fotos, sempre tentando aproximar-se da garota que admira.

No mundo das redes sociais, Ingrid é considerada uma "stalker", ou seja, pessoa que faz uma espécie de perseguição virtual da pessoa por meio das redes sociais, buscando todas as informações possíveis sobre ela.

O filme permite refletir e questionar as relações contemporâneas que a Internet trouxe. São novos formatos de vínculos, ligações humanas, qur produzem uma maneira específica de alteridade, do modo de lidar com o outro.

A exposição da vida particular. A mecessidade de validação, de auto-afirmação e até um narcisismo são evidentes nesses novos moldes de comunicação interpessoal.

O valor da experiência, do vivido, da realidade, vem sendo substituído por construções propositais, a gosto de que as faz. É a consolidação do faz-de-conta, pelo menos diante da visão do outro, de como se quer ser visto - e aplaudido, e seguido, e imitado. A geração dos influenciadores digitais.

O parecer ser/estar é o que importa, em detrimento do ser/estar em si.

A tecnologia permite que se crie a proposta que se pretender, desde um corpo físico esculpido por programas digitais, lugares sedutores, viagens, e a vida fantasiosa que quiser inventar.

O que não é exibido é como se não fosse vivido. Este o lema das redes sociais.

Voltando ao enredo, Ingrid não vive a sua própria vida, mas seguindo a sombra da vida se sua ídola.

Há uma renúncia da sua individualidade para colocar-se - ou tentar - na posição da vida alheia. Recusa identitária, eu diria. Transtorno de personalidade. Negação da própria em perseguição de outra, que nunca será alcançada, por razões lógicas.

O surgimento de patologias psicológicas decorrentes do uso de redes sociais.

Por outro lado, as webcelebridades vendendo a privacidade, mas não seria um direito indisponível, inalienável?

Disponibilizando comercialmente um modelo de vida, o qual, dificilmente, corresponde à realidade da pessoa. Venda de modelos inviáveis, simulados e cruéis, muitas vezes. Propagação do falso, do sinulacro como real.

A que ponto os direitos da personalidade - privacidade, intimidade, imagem etc. - são negociáveis, possuem valor mercantil?

O preço vale o valor?

Particularmente, nunca o anonimato e a privacidade tiveram, por mais contraditório que pareça, tanto valor.

O final do filme é compatível com os desvirtuamentos sociais, morais, psicológicos: alta instabilidade emocional, formação da personalidade muito comprometida, vazio existencial, tentativa de suicídio.

A liquidez das relações humanas, também, é presente na obra. Sugiro leitura de Zygmund Balmann.

#ingridvaiparaooeste, #ingridgoeswest, #filme, #movie, #instagram, #redessociais


sábado, 1 de fevereiro de 2020

"NÓS, QUE AQUI ESTAMOS, POR VÓS ESPERAMOS", filme de Marcelo Masagão


"Nós, que aqui estamos, por vós esperamos" ("Nos, qui hic sumus, vos expectamus"), filme dirigido por Marcelo Masagão, de 1999, trata da efemeridade do tempo.

Considerado um documentário historiográfico pela datação de fatos reais. 

Costumo assistir à filmes por indicação e este o foi por um amigo da área das Artes, que me falou que é um vídeo para ser revisto, ruminado.

Devido o peso que obras densas me trazem, não me interessei de imediato, embora prestigie com preponderância obras brasileiras.

Encontrei uma análise sobre o tempo na História e, numa linguagem metalinguística, como a tecnologia interfere no caminhar do tempo. Que não muda, mas pode ser relativizado, modulado, a partir dos recursos criados pela sociedade.

Lembrei-me de uma analista (psicanalista) que dizia algo como "o tempo não permita que nada aconteça sem que ele participe".

E, de repente, cita-se Freud na obra: "Nunca dominaremos completamente a natureza, e o nosso organismo corporal, ele mesmo parte desra natureza, permanecerá sempre como uma estrutura passageira, com limitada capacidade de realização e adaptação".

Reputo a obra freudiana mais autobiográfica a ciência propriamente dita, porém, a cada instante, a cada tempo, parece-me que é assim, mesmo.

Há trechos gráficos pesados, com pedaços de corpos mutilados pela Guerra - aviso porque me fazem mal.

Fala de humanização. Mais que somos indivíduos singulares, além de estatísticas de mortos em guerras. 

Quando o óbvio precisa ser relembrado, a mim, valores estruturais da sociedade já se perderam. Ou foram substituídos, sem juízo de valor num primeiro momento.

Há um viés esquerdista na obra, a opressão da classe operária é representada, permeando universalidades, o que torna a militância mitigada.

Diria que se trata de uma colagem visual, midiática. Imagens reais vão se seguindo, produzindo sentido.

A trilha sonora chamou-me atenção, pela suavidade. Talvez, o contraste do dantesco com o belo. Como a esperança que emerge do caos.

Situações de desigualdade são retratadas em diversos segmentos, Guerra, condições sociais, financeiras, econômicas.

Vislumbrei a urgência do agora de quem busca momentos de amor em meio a dor (casamento de Hans e Ana durante período de guerra).

Fico refletindo se as guerras sociais todas que vivemos internamente não seriam o protótipo das guerras civis. A necessidade em tornar "palpável" para conseguir lidar com o inadministrável de dentro.

"Os homens criam as ferramentas, as ferramentas recriam os homens." (McLuhan) Os sentidos cíclicos da Humanidade. 

As sequelas neurológicas de quem viveu o horror. A irreversibilidade do horror. A morte como possibilidade, alívio. As  neuroses, os distúrbios, as psicoses, a loucura.

"O segredo do demagogo é parecer tão tolo quanto sua plateia, de maneira que essas pessoas possam se achar tão espertas quanto ele." (Karl Kraus, 1874-1936)

É uma obra sobre tempo que exige ele próprio: o tempo de digestão do denso. Precisa ser revisitada, dada sua fertilidade.

Boa sugestão de entrada para  reflexão de adolescentes, diria. Da precariedade humana latente e dos recursos que se lançam mão para lidar com ela.

Que a Arte nos salve das misérias da vida, ou da própria.

"Dizem que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um homem feliz." (Maiakovski, 1907 - o mesmo que disse preferir morrer de vodka a tédio)



#cinema, #nósqueaquiestamosporvósesperamos





quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

PERMACULTURA, AGROECOLOGIA, BIOCONSTRUÇÃO - obras em espanhol pdf gratuitas




Livros sobre Permacultura, Agroecologia, Bioconstrução em espanhol:

PERMACULTURA e AGROECOLOGIA:




sábado, 18 de janeiro de 2020

AGNÈS VARDA



Agnès Varda (1928-2019), francesa da New Wave, foi uma cineasta, escritora , documentarista, fotógrafa belga, nascida em Arlette Varda, Bélgica, radicada na França.

Suas obras cinematográficas tratavam do realismo documental, formas não-ficcionais da mídia cujo foco foi o feminismo e críticas sociais de cunho experimental.

Dizia que as três coisas mais importantes eram: inspiração, criação e compartilhamento.

Filmes: "Cléo from 5 to 7".

#agnesvarda


"MEIA-NOITE EM PARIS" (2011)


"Meia-noite em Paris" (2011) é uma produção cinematográfica de Woody Allen, comédia romântica fantasiosa.

Um jovem escritor americano, Gil Pender, está viajando por Paris, França, com sua noiva, Inez, e os pais dela.

Na época, o escritor está escrevendo um romance (novel).

Às noites parisienses, ele perambula sozinho pela cidade-luz. À meia-noite, ele é transportado para 1920, época que gostaria de ter vivido.

Durante esses episódios, encontra e passa a conhecer artistas que admira, como Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Salvador Dali, Pablo Picasso e outros.

Apaixona-se por Adriana, então companheira de Picasso e questiona-se sobre viver a atualidade ou os anos 20.


O filme não chega a ser dos mais comerciais hollywoodianos, mas vai apenas um pouco além do tradicional.

No princípio, supus que haveria uma maior exploração dos artistas, porém não. Sequer se toca nas obras de cada um. Por isso, não é preciso ter repertório para entender o filme, como imaginei.

Os artistas são meras personagens que aguçam o questionamento do protagonista sobre tempo e vida. O que não chega a ser pueril, mas distante de uma obra que instiga o telespectador.

Vale assistir, para distrair, não exige concentração ou elaborações mais complexas!

#cinema, #meianoiteemparis


sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

"WALKING ON WATER", Christos




"Walking on Water" é um documentário sobre produção e a obra de Christos, um artista plástico que construiu uma grande plataforma flutuante sobre as águas do Lago Iseo na Itália em 2016.

A plataforma é formada por 220.000 cubos de plástico unidos, cobertos por um tecido amarelo alaranjado, mas que pode alterar a cor dependendo do clima e/ou dia.

A plataforma liga a ilha principal de Monte Isola até a ilhota particular de San Paolo com 3 km de comprimento e 16 de largura.

A obra é marcada pela efemeridade da existência, permaneceu no local por 16 dias apenas.

A experiência proporcionada é que as pessoas possam caminhar sobre as águas, sentido sob os pés o movimento das águas.

Devido o projeto, o turismo local aumentou. Meias especiais para a caminhada foram comercializadas no local.

A caminhada pela plataforma custou 16 milhões de euros financiados pelo próprio artista.

Não havia cobrança de ingresso para acessar as plataformas.


CRISTOLOGIA - Trilema de Lewis



O Trilema de Lewis: "um mentiroso, um lunático ou o Senhor".

São as três opções (duas dilema) das quais somos apresentados a escolher apenas uma opção.

Escolher Jesus apenas com base no que o próprio teria falado em relato histórico dele mesmo, de acordo com os Evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João.

Segundo as Escrituras, Jesus veio para revelar Deus aos homens.

O ensino de Jesus a respeito de si mesmo denomina-se Cristologia.

Assim, percorrer tais estudos se chegará, invariavelmente, em uma das três hipóteses citadas.

Concluindo-se pela primeira, um mentiroso, ela revela-se incompatível com as obras de Jesus. 

Não seria crível que um mentiroso pregasse o amor, influenciasse positivamente tanto as pessoas, seus discípulos, iniciando uma obra tão grande a partir de uma farsa.

Até mesmo se se considerar a ressureição de Cristo como uma fraude forjada pelos Apóstolos, a tese não se sustenta. As pessoas podem até morrer por causa de um engano, mas ninguém dá a vida por aquilo que se sabe mentira, exatamente o que fizeram os Apóstolos.

Um lunático não haveria como pregar e bem e provocar um impacto tão duradouro como o que Jesus teve.

Assim, conclui-se que seja, mesmo, o Senhor, filho Deus, o Salvador.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

"ANGELI UNA STORIA D'AMORE" - filme


"Angeli una storia d'amore" (2014), filme italiano, traduzido como "Segredo dos anjos" é um filme de romance "água-com-açúcar".

"O ASSASSINATO DE ROGER ACKROYD", Agatha Christie



"O assassinato de Roger Ackroyd" é um romance de Agatha Christie publicado em 1926 envolvendo a investigação de um crime.

O enredo trata do assassinato do rico e conhecido Roger Ackroyd na cidade onde ele morava.

O corpo foi encontrado envolto por mistérios, chamando atenção de Poirot.

Os suspeitos são os parentes e pessoas próximas da vítima.









"UMA ESCADA PARA O CÉU", John Boyne



"Uma escada para o céu", de John Boyne trata do mercado literário por meio de uma personaem narcisista, sociopata que não demonstra suas patologias.


RAYMOND ARON - filósofo e sociólogo francês



Raymond Aron (1905-1983) foi um filósofo e sociólogo francês, posicionou-se contra o marxismo.


De posição liberal (concepção brasileira) e não-liberal (para os norte-americanos), mas ele não se considerava um liberal, dadas suas ressalvas quanto ao liberalismo. Tampouco era um social democrata, nem conservador.

Avaliava o objeto de estudo de acordo com as especificidades do caso, com insenção crítica.

Quanto a sua história pessoal, teve uma filha com síndrome de Down (Laurence) e perdeu outra (Emanuelle) por leucemia aos seis anos de idade.


Foi amigo de Jeanpaul Sarte, a quem apresentou o Existencialismo, sendo divergentes na maturidade.



Tratou da infalibilidade do partido. Se o partido sustentar a verdade história, não pode falhar, tampouco haver divergência de pensamento interno no partido. Logo, dissidentes devem ser eliminados.

Não deve haver objetividade na análise dos fatos. Os fatos não podem ser analisados isoladamente, mas à luz da ideologia do partido. Há a relativização no exames dos fatos de acordo com a ótica a que se submeta.

"O ópio dos intelectuais" tratou de temas relacionados aos intelectuaus, ao marxismo, aos sistemas totalitários.

Teve Karl Marx como autor de formação pedagógica, o que não significa influência e consonância intelectual.

Em "O marxismo de Marx", propôs-se a ensinar a obra marxista à partir da leitura da própria obra.

Combatia o totalitarismo em qualquer gênero ou área.

Trechos de  "Ópio dos intelectuais" de Raymond Aron:

"Se a tolerância nasce da dúvida, que nos ensinem a duvidar de modelos e utopias, a recusar os profetas da salvação, os arautos de catástrofes." (Raymond Aron)

Marxismo como "religion de replancement", religiao dos ibtelectuais bem sucedida.

Marxistas desenvolveram o dogma do materialismo dialético, em que os fatos históricos são lidos (e distorcidos) à luz do determinismo histórico.

"O cristão não pode jamais ser um autêntico comunista, da mesma forma que este não poderia crer em Deus e no Cristo, porque a religião secular, animada por um ateísmo fundamental, professa que o destino do homem se cumpre todo sobre a terra e na cidade. O cristão progressista dissimula a si mesmo esta incompatibilidade."

O marxismo deixou de ser a filosofia imanente do proletariado para tornar-se uma filosofia de intelectuais que seduziu frações do proletariado, enquanto que o comunismo usa essa pseudo ciência para alcançar seu fim próprio, a tomada do poder.

Luta de classes como contradição fracassada entre assalariados da indústria e empresários que o comunismo tem mais dificuldade de explorar. Isto porque, nos países subdesenvolvidos os proletários não são numerosos o bastante e, nos capitalistas, não são suficientemente revolucionários.

"O ensinamento da razão é exatamente o contrário: a política permanece a arte da escolha sem retorno, em conjuntura imprevista, segundo um conhecimento incompleto. A pluralidade dos universos espirituais e a autonomia das atividades farão desembocar em tirania qualquer veleidade de planificação global."

Marxismo como sistema ideológico e não teoria científica.

Marx opoe a ideologia à ciência e à versase objetiva porque dizia que a economia liberal ignorava ou alterava os fatos para justificar o capitalismo.

Trechos de "O ópio dos intelectuais" de Raymon Aron:

"Daqui em diante, o conformismo da esquerda oscilará entre a ecologia - a luta contra a poluição, a defesa da qualidade de vida - e a denúncia dos conglomerados, do imperialismo e desigualdades."

"O liberal autêntico duvida de tudo e procura pacientemente onde está a verdade. Contudo, ele nunca duvida das suas convicções morais e intelectuais mais sólidas."

"O homem pensa ideologicamente porque a razão está submetida a forças não racionais, que a põem a serviço da vida ou da luta."

"Se a tolerância nasce da dúvida, que nos ensinem a duvidar de modelos e utopias, a recusar os profetas da salvação, os arautos de catástrofes." (Raymond Aron)

Marxismo como "religion de replancement", religiao dos ibtelectuais bem sucedida.

Marxistas desenvolveram o dogma do materialismo dialético, em que os fatos históricos são lidos (e distorcidos) à luz do determinismo histórico.

"O cristão não pode jamais ser um autêntico comunista, da mesma forma que este não poderia crer em Deus e no Cristo, porque a religião secular, animada por um ateísmo fundamental, professa que o destino do homem se cumpre todo sobre a terra e na cidade. O cristão progressista dissimula a si mesmo esta incompatibilidade."

O marxismo deixou de ser a filosofia imanente do proletariado para tornar-se uma filosofia de intelectuais que seduziu frações do proletariado, enquanto que o comunismo usa essa pseudo ciência para alcançar seu fim próprio, a tomada do poder.

Luta de classes como contradição fracassada entre assalariados da indústria e empresários que o comunismo tem mais dificuldade de explorar. Isto porque, nos países subdesenvolvidos os proletários não são numerosos o bastante e, nos capitalistas, não são suficientemente revolucionários.

"O ensinamento da razão é exatamente o contrário: a política permanece a arte da escolha sem retorno, em conjuntura imprevista, segundo um conhecimento incompleto. A pluralidade dos universos espirituais e a autonomia das atividades farão desembocar em tirania qualquer veleidade de planificação global."

Em 1930, "A esquerda apresenta-se como anti-capitalista e combina, numa síntese confusa, a propriedade pública dos instrumentos de produção, a hostilidade contra as concentrações do poder econômico batizados trustes e a desconfiança para com os mecanismos de mercado."

"Um poder revolucionário é por definição um poder tirânico. Exerce-se a despeito das leis, exprime a vontade de um grupo mais ou menos numeroso, não se importa nem deve importar-se com os interesses de tal ou tal fração do povo. A fase tirânica dura mais ou menos tempo seguindo as circunstâncias, mas nunca se consegur evitá-la ou, mais exatamente, quando se consegue evitá-la temos uma reforma e não uma revolução. A tomada e o exercício do poder pela violência pressupõem conflitos que a negociação e o compromisso não conseguem resolver, em outras palavras, o malogro dos processos democráticos. Revolução e democracia são noções contraditórias." (p. 70)

"No próprio marxismo encontramis três concepções divergentes de revolução: uma concepção blanquista - o da tomada do poder por um pequeno grupo de homens armados que, uma vez senhores do Estado, transformam as instituições; uma concepção evolutiva - a sociedade futura deve amadurecer no seio da sociedade presente antes que intervenha a crise final e salvadora; enfim, a concepção que se tornou aquela da revolução permanente - o partido operário exerce, pela superoferta, uma pressão constante sobre os partidos burgueses; utiliza as reformas consentidas por esses últimos para minar a ordem capitalista e preparar ao mesmo tempo sua vitória própria e o advento do socialismo. Essas três concepções deixam sobreviver a necessidade da violência, mas a segunda, o menos em acordo com o temperamento de Marx e o mais em acordo com a sociologia marxista, adia para um futuro indeterminado o momento da ruptura." (pp. 74-75)

"O socialismo retoma a si ideias mestras da idade burguesa: domínio das forças naturais, preocupação predominante com o conforto e a segurança de todos, recusa das desigualdadea de raça e de estado, a religião como assunto privado." (pp. 76-77)
#política, #esquerda, #direita, #nacionalismo, #socialismo, #comunismo, #capitalismo, #raymondaron






"MULHERZINHAS", Louisa May Alcott



"Mulherzinhas", obra de Louisa May Alcott), romance vitoriano, escrito para crianças por encomenda, obra em duas partes originalmente, publicado no Brasil em 1 tomo.

O enredo trata de uma família de pais e quatro filhas, o que faria referência à da própria autora. No caso, há quem diga que seja autobiográfico, e, nessa qualidade, não se caracterizaris como de gênero infantil.

A família Marc traz quatro filhas.

Meg, mais velha, deve servir de exemplo; Joe, menina menino, asoirante a escritora, personagem criada para ser a mais interessante (principal); 
Beth, sensuvel, delicada, timida, sayde feagil, tima piano e 
Emy, filha caçula mal acostumada.

Na primeira parte do livro, o cenário é o difícil período da guerra civil norte-americana, quando a família passa por dificuldades.

A história comeca em uma manhã de natal em que as meninas refletem sobre sua condição financeira.

Embora não convocado, o pai se alista por dever moral à nação e ausenta-se. A mãe passa a ser a responsável pela criação das meninas.

A obra revela mensagem de realização de missões de bom comportamento, culpa cristã.

Ted, um garoto vizinho, neto de um homem rico desperta o interesse das meninas, que se  aproximam dele. 

Ele nutre amizades com todas, mas demonstra afinidade maior por Joe, pelo próprio perfil dela, engajada em atividades, tradicionalmente, comum aos meninos. 

Havia ums má relação entre o avô paterno e a família.

Ted faz com que o avô afastado se reaproxime da famíla.

A tal altura, a convivência da família com o avô ameniza o sofrimemto pelo qual elas passam com a ida do pai à guerra.

O pai retorna da guerra, sem grande impacto na vida familiar, o que era de se esperar.


Na segunda parte, em continuação da primeira, trata do amadurecimento das meninas, escolha do que pretendem no futuro.

A liberdade da qual elas gozavam era limitada sob o manto do patriarcado, em que eram preparadas para o casamento, para se tornarem "boas esposas" conformadas com o único destino que lhes cabia.

A tensãoo sexual entre Ted e Joe é explorada.

Joe entende que Beth estava apaixada por Ted, fazendo com que ela renunciasse o sentimento pelo rapaz em prol da irmã.

Finalmente, a saúde debilitada de Beth toma sua vida. Descobre-se, pois, que ela não estava apaixonada por Ted. Esse entendimento havia sido equivocadamente interpretado pelas pessoas devido sua postura em sociedade. 

Resta a crença na imortalidade do amor.







quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

DOMENICO DE MASI - sociólogo italiano



Domenico de Masi (1938), sociólogo italiano autor da ideia do ócio criativo, sociologia do trabalho baseada na criatividade na era pós-industrial.

A teoria traz conceitos como a organização do tempo livre para que a criatividade emerja e seja bem aproveitada, utilizada.

Vê como sadia a economia diversificada.

Embora os estudos mostrem que as sociedades passam pela fase rural, depois industrial e, finalmente, chega à pós-industrial, acredita ser possível um salto da rural para a pós-industrial sem passar necessariamente pela industrial.

Para tanto, necessário se faz haver condições fomentadoras para a passagem direta citada, quaus sejam, universidades, (pesquisa científica), literatura arte.

Em entrevista para o RodaViva (1998), Brasil erradicar analfabetismo.

Considerando que a tecnologia substitui o trabalho físico e o intelectual, executivo, cabe ao humano o monopólio do trabalho criativo pela fantasia e concretização. 

A realização sem fantasia gera burocratas. Enquanto a burocracia revela o limite, a criatividade traz a oportunidsde. Logo, burocracia é oposto a criatividade.

A burocracia como oposto da estética também.

A pessoa é criativa em uma coisa e menos outra. A atribuição adequada é identificar as qualidades de base da criatividade da pessoa, sobre a qual se deve desenvolver um trabalho de caráter estrutural e de formação.

Propõe a individualização do talento e o máximo de preparo mediante orientação na formação da pessoa.

Entende como luxo o tempo, o  espaço, o silêncio, a autonomia, a segurança.

Os valores do trabalho como ganho financeiro e a produção no tempo livre não são excludentes, mas podem ser compatíveis, coexistentes.

Aquele que é muito fanrasioso e muito criativo é um gênio.







terça-feira, 31 de dezembro de 2019

"UM CURSO EM MILAGRES"



"A inocência é incapaz de sacrificar qualquer coisa porque a mente inocente tem tudo e só se esforça por proteger a sua integridade." ("Um Curso em Milagres")

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

"CUMBE", Marcelo D'Salete



"Cumbe", de Marcelo D'Salete é uma obra de quadrinho que trata da revolta dos escravos no Brasil.

A palavra "cumbe" significa quilombo, mas, tambén, sol, dia, luz, energia que irradia da revolta.

O próprio título revela a pulsão radiante dos escravos revoltosos, ainda que a sociedade da época os mantém silenciados.

O autor fez pesquisa sobre a etnia Bantu, em especial sua cultura, linguagem, música etc., para contextualizar o enredo.

Desse modo, há, na obra, dados históricos, como o sumidouro.

Os quadrinhos são em preto e branco. É uma outra dualidade da obra, bem como retrata a ausência de cor, ausência de dignidade, humanização dos escravos.

De modo geral, aborda a violência, desumanização dos escravos.

O silêncio dos quadrinhos em que não há texto, apenas imagem, é um recurso linguístico muito utilizado nos quadrinhos. Pode fazer referência ao silenciamento dessas pessoas oprimidas.

A ausência de som grita.

Assim como há o lado sombrio decorrente da crueldade que sofrem os escravos, o narrador traz a noção oposta de esperança.


Apresenta-se o desejo de liberdade dos escravos, suas vontades de reagir contra o status que vivem e não viverem passivamente diante da condição de vida aviltante.

#livro, #obra, #escravidão, #escravatura, #literatura, #cultura, #teoroaliterária, #quadtinhos, #críticaliterária




"A ASSOMBRAÇÃO DA CASA DA COLINA", Shirley Jackson



"A Assombração da Casa da Colina", de Shirley Jackson, do gênero gótico, com características de emulação de um romance vitoriano.

O tema é o suicídio da protagonista, de enredo simples, do clássico sobre casa mal assombrada.

Um parapsicólogo, Dr. Montague, busca informações para sua pesquisa sobre fenômenos sobrenaturais, até que toma conhecimento da casa da colina.

Os proprietários da casa permitem que ele a utilize para seus estudos, cujo objetivo era levar pessoas com poderes paranormais para passar a noite na casa e observar o que ocorre.

Os donos da casa autorizam a pesquisa, desde que uma das pessoas escolhidas para a experiência seja o herdeiro da casa, Luke.

Luke é um rapaz desocupado, que vive esperando a herança. 

As demais pessoas são chamadas via cartas. Das pessoas que recebem as cartas, apenas duas respondem a correspondência, Theodora, uma artista decadente e Eleonor, a protagonista.

Eleonor viveu a infância com a irmã e a mãe, numa casa onde aconteciam coisas não explicadas. Culpa-se pela morte da mãe. Leva uma vida desinteressante, mora no porão da casa da irmã. Sua vida muda a partir do convite do cientista.

A casa era abandonada, apenas os caseiros a frequentavam durante o dia.

Conta o livro que a casa não tinha sanidade, desabitada há 80 anos e era conhecida como mal assombrada.

Eleonor é a primeira que chega à casa, seguida por Theodora.

O enredo circunda as patologias mentais  de Eleonor, que são reveladas pela própria permanência dela na casa.

A personagem é altamente sugestionável e o ambiente propício faz emergir suas neuroses e psicoses.

Os moradores da casa passam a preocupar-se com o estado psicológico de Eleonor.

Há traços de esquizofrenia de Eleonor, desenvolve relação de dependência e interesse afetivo a Theodora.

Começam fenômenos anormais direcionados à Eleonor, que vai desenvolvendo um sentimento de pertencimento a casa, ao mesmo tempo que planeja suicídio.

A esposa do cientista, também paranormal, chega à casa. Todos concluem que a casa estava fazendo mal à Eleonor e que ela deve deixar a casa.

Eleonor vive um luto pela despedida da casa. Ao deixar a casa, segue dirigindo e bate em uma árvore e morre.

Não fica claro se a casa apresenta fenômenos paranormais ou se é uma cada comum, com ruídos normais decorrentes de estrutura mesmo e Eleonor vê as coisas autosugestionada, pois a história é contada a partir da ótica dela.

O tema do suicídio o funcionamento - doentio, desvirtuado - da cabeça do suicida é uma reflexão importante que se infere da obra.

Por fim, vale ressaltar que a casa, também, pode ser considerada personagem protagonista, dada sua organicidade, relevância na condição psicológica de Eleonor.


quarta-feira, 9 de outubro de 2019

"A SOCIEDADE DO CANSAÇO", Byung-Chul Han



"A sociedade do cansaço", de Byung-Chul Han, filósofo sulcoreano, é uma obra que transita em áreas diversas do conhecimento.

O autor considera a atual sociedade cansada, convidando o leitor à refletir sobre a sociedade moderna e sua lógica de funcionamento que chama de imunológica.

A referência à terminologia das Ciências Biológicas é utilizada para justificar o comportamento da sociedade atual enquanto repele o outro, como sendo algo que oferece risco, perigo.

Assim, devido os riscos da nocividade do outro, passamos a nos socorrer de recursos que nos faça vevitar o que vem do outro.

Trata do excesso de positividade, ao discorrer o entendimento das pessoas que acreditam poder tudo.

Em contrapartida às proibições estudadas pela psicanálise, o excesso de positividade atual é maléfico, ideia ilusória, perniciosa.

As situações da vida não dependem somente do esforço pessoal, mas de variáveis que não controlamos. Assim, desde que haja uma busca incessante pelo que se considera sucesso, haverá frustração, dado que nem todos alcançaram seus objetivos.

Trata do processo de pasteurização das maneiras de desenvolvimento das pessoas, sem que usufruam do momento de contemplação,   apagando a individualidade.

A contemporaneidade, que repudia o tempo do tédio, deixa de refletir sobre si, sobre a nossa existência.

Questiona se os nossos sonhos são, mesmos, os nossos ou não nos seriam impostos pelas interações amplas que a tecnologia avançada permite.

A obra dialoga com clássicos como Freud, Foucault, Marx, Nietzche.

Culto do corpo na contemporaneidade implica em certa aniquilação do indivíduo como ser pensante, do nosso lugar no mundo.

Não se sabe mais se escolhemos nossos caminhos ou somos escolhidos sem muito poser de negociar.

As oatologias psicossomáticas da atualidade seriam consequência dessa extrema produção, otimização, positividade.

Entende que a celebração da arte, de ver e enxergar o inútil, pode ser caminho da sobrevivência do homem pensante, consciente da sua condição.

Aborda a dificuldade em namão ser reativo o tempo todo, pela quantidade insana de estímulos que não pernite algo como o "ócio criativo", não ha muita margem para nao sermos reféns do que vivemos.

Parece-me que emerge uma contradição a partir da overdose de informações, a qual, justamente, acaba por deixar o campo fértil que frutifica a própria criatividade vai se esgostando, exaurindo-se, levando ao efeito contrário ao esperado.

Nessas discussões, surgem as patologias da mente contemporâneas, como Síndrome de Burnout, hiperatividade etc.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

"LUZ E SOMBRA", original de Maria José Dupré



Que satisfação falar sobre obras de Maria José Dupré, a Sra. Leandro Dupré. Emociono-me!

Desde criança, devoro os livros da Sra. Dupré. Ouso dizer que, provavelmente, seja minha autora predileta. Quiçá, tenha sido ela que me enveredou para a área das leituras, com as obras da Coleção Vagalume.

Recordo-me, com o prazer inerente às atividades imaginativas e criativas que perduram no tempo, de que, com o meu irmão de elenco único, costumava performar teatralmente as obras.

Hoje, me deparei com a Série "Luz e Sombra", baseado no romance da escritora Maria José Dupré, com adaptação de Adriana Lisboa, Wagner Sampaio e Dimas Oliveira Junior.

De acordo com a publicação no canal do Youtube de Dimas Oliveira Junior, de 24/09/19, divodida em 9 capítulos, "Luz e Sombra" conta a história de uma família da nobreza tradicional de barões do café do século XIX, vivendo os momentos finais da escravidão no Brasil, seus reflexos e conflitos familiares.

Episódio I

Cidade, ainda Província, de São Paulo, em 1903, em um cômodo vazio de casarão da época, vestida de preto, xx caminha pensativa.

Província de São Paulo, 1887.

Maria Letícia, censurada pela mãe, casou-se com Fernão em conformidade com as tradições patriarcais da época, mas, mais contumazmente, em rivalidade com a irmã, interessada no cadidato, Francisca Michelina.

Triste e arredia, como observado pela mãe e irmãs, Michelina, com violetas nos cabelos, dizia que não era feliz e vaticinava que Maria Letícia, também, não o seria.

Episódio II

Colheira próspera de café, Fernão, direito, 

Matriarca Maria Letícia, solicita à Mãe, que os pais cedessem os escravos Modesta e Benedito para servi-la em sua nova casa. Convida a irmã Rosa para passar uns dias em seu novo lar, que aceita a contragosto por anuência da Mãe.

Escravas lavam roupa à beira do rio, falando do cativeiro do trabalho escravo, das crueldades do Feitor, supervisionadas pelo próprio.

Lamentam as dores da vida com cantigas em língua materna africana.

Feitor Joaquim e Frederico cobiçam a escrava Salustiana. O Feitor tenta abusar da moça às margens do rio. Ela foge.

Maria Letícia e Fernão falam, num cenário bucólico, da felicidade das núpcias. Letícia cita versos de Fernando Pessoa.

Novos escravos chegam da Bahia, batucam suas danças originárias.

Episódio III

Paço Municipal de São Cristovão, Rio de Janeiro, 1888

Na Capital do Brasil, Sr. Xx conversa com Princesa Izabel sobre a abolição da escravatura.

Princesa Izabel refere que a construção do Brasil é triburária à "raça" negra.

Trata da necessidade da renúncia do usufruto dos negros que considera, injustamente, infelizes.

Salustiana mostra-se com espírito de liderança e entre os negros. Feitor Joaquim tenta atacá-la novamente.

Escravos tratando mal um ao outro, numa cadeia de opressão entre eles mesmos.

Irmãs Maria Letícia e Mana Rosa conversam. Escrava Zaila noticia que Escrava Inocência cuspiu dentro dos barris de água.

Episódio IV

Maria Letícia ordena ao Feitor Joaquim que castigue Inocência severamente pelo ocorrido.

Rosa ressalva que Inocência é doente, sofre de ataques, que não seria prudente cartigá-la com sova, sugere que a enviem a Santarém. Maria Letícia não muda de ideia.

Inocência é açoitada. Grita clemência a Sinhá Letícia, bradando ser branca.

Inocência morre.

Fernão questiona Maria Letícia, diz teria sido melhor não castigá-la pelo tronco. Sinhá Letícia não cede.

Os escravos veem Inocência morta no tronco. Levam-na para enterrá-la sob cantos africanos.

Fernão, Letícia e Rosa comentam a morte de Inocência pela sova de chibata.

Fernão considera o episódio desnecessário e desagradável. Rosa, apesar de ter discordado da irmã, a consola diante do erro.

Episódio V

Os escravos preparam o enterro de Inocência.

As mulheres lamentam, mas não se mostram arrependidas de rerem denunciado Inocência. Os homens choram em silêncio.

Fernão fala a Maria Letícia sobre a notícua dada por Alberto pela abertura de um inquérito pela acusação de assassinato da escrava ordenada pela Sinhá. 

Comentam sobre quem teria feito a denúncia, possibilidade de ser um abolicionista.

Fernão questiona as ordens ao Feitor Joaquim, que fala a verdade, contrariando as justificativas de Letícia de que não teria intenção de que o castigo fosse tão grave como contou ao marido.

Letícia e Rosa conversam sobre o escândalo. Letícia lamenta o ocorrido por ver o marido sofrer por haver o inquérito. Rosa lembra a irmã de seu orgulho de não ter voltado atrás.

Província de Sã Paulo, fevereiro de 1888

Senhores e clero conversam sobre a lavoura. Padre fala do aumento produção de café para o ano seguinte, enquanto alguns acreditam ser o cultivo de algodão mais próspero.

A abolição é citada como fator importante no sucesso da agricultura.

Mesmo os abolicionistas não querem o fim da escravidão para o momento. Tratam da possibilidade de substituição da mão de obra escrava pela do imigrante.

Episódio VI

Na casa grande, Maria Letícia e Rosa lembram de fugas e invasão de escravos e os perigos que traziam à propriedade.

Letícia empunha uma espingarda e enfrenta os invasores ao lado de fora do casarão, acompanhada dos escravos da casa, temerosos.

Os escravos invasores se apresentam dizendo que querem apenas comer. Em princípio, Sinhá Letícia não acredita, mas dá alimento aos homens. Ela chora.

Dias depois, chega o noivado de Francisca Miquelina, que lamenta não poder se casar com homem que não ama, nem escolheu.

O casamento de Miquelina e Rodolfo acontece. A noiva chora e o evento é sombrio, mais se parece um funeral do que dara celebrativa.

O Feitor persegue Salustiana na mata e a estupra. Salustiana demonstra ter gostado e, ao final, chuta-o, indo banhar-se nua na cachoeira.

Barão Félix e Baronesa ficam sabendo do inquérito, questionando quem teria feito a denúncia.

Episódio VII

Senhora Barosa amiga visita a família. Fala da denúncia contra Maria Letícia. Entende que a família não merece sofrer um inquérito. Acredita que abolicionistas sejam os delatores do ocorrido. 

Rosa lembra que o ano de 1888 foi de muitas lutas.

Barão Félix assedia as escravas. Salustiana, companheira de Benedito, é atacada novamente.

Rosa reflete sobre o casamento de Miquelina e a infelicidade no casamento.

Miquelina revela à escrava que Letícia merece a investigação por ser orgulhosa.

Rodolfo, esposo de Francisca Miquelina, avalia os escravos para compra, com auxílio de outro negro.

Rodolfo é um marido opressor, maltrata e agredia Miquelina e a proíbe de sair de casa. Levava uma vida dupla entre o casamento e a homossexualidade.

Na cachoeira, Benedito refresca-se nu. Rodolfo aparece e há um envolvimento sexual entre os dois, na qual a dominância hierárquica se inverte.

Episódio VIII

Fernão conversa é avisado sobre a abolição da escratura de iniciativa da Princesa Izabel. Letícia consola o marido.

Entre as mulheres, à mesa, o clima é de tristeza devido a denúncia do assassinato de Inocência e a proximidade do final da escravidão.

Os Senhores dizem que a escrava teria morrido por razão diversa do açoite.

A família preocupa-se a respeito do delator de Maria Letícia, consideram-no traidor, quem quer que fosse.

Aos 13 de maio de 1888, Princesa Regente Izabel assina a Lei da Abolição da Escravatura - Lei Áurea, no Paço Imperial do Rio de Janeiro.

Os escravos e abolicionistas comemoram a liberdade.

Episódio IX - final

Rosa lê no jornal amassado sobre a extinção da escravidão.

Maria Letícia e Rosa observam a saída dos escravos livres.

Escrava Zabé pragueja contra os escravos que foram embora.

Fernão sente-se derrocado. Letícia diz que é a vida que se modifica e o mundo que caminha.

Rosa observa a retirada dos escravos, lembra que Inocência jaz em descanso.

Maria Letícia dá a luz à uma criança de nome Inocência, e morre após e em decorrência do parto. Ainda agonizante, pede que Rosa cuide da menina.

Embora tenha sido declarada inocente, Sinhá Letícia não resistiu ao julfamento moral da sociedade.

Em 1903, Rosa, na posição de narradora-personagem, reflete sobre a dualidade da vidade Alegria e tristeza. Subida e descida. Felicidade e desventura. Luz e sombra. Fim.



Créditos de Artes todas, rendidas homenagens:

Adaptação Dimas de Oliveira Junior
Roteiro Adri Lisboa e Wagner Sampaio

Elenco:
Fran Elmor (Maria Letícia)
Théo Hoffmann (Fernão)
Júlia Costa (Rosa)
Roni Andrade (Joaquim)
Thais Vellasques (Baronesa)
Lixa Palosa (Mamã Zabel)
Carol Ghirardelli (Leopoldina)
Hellen Kazan (Francisca Miquelina)
Rafael Custódio (Rodolfo)
Alcione Weizmann (Princesa Isabel)
Lucia Cavalheiro (Salustiana)
Cici Antunes (Modesta)
Antonio Eduardo Marques (Barão)
Jefferson Moraes (Benedito)
Devalci Freitas (José)
Wesley Alves (Félix)
Luiz Rodriguez (Joaquim Nabuco)
Higor Gabriel (Luiz)
Jean Diego Visconti (Conde D'Eu)
Rafael Bacelar (Padre João)
Luana Dias (Inocência)
Jairo Silva (Berico)
Nicoly de Sá (Zaila)
Maelly Orion (Chica)
Maycon Clinton Silcha (Escravo 1)
Renan Muramda (Escravo 2)
Bruno Silveira (Escravo 3)
Claudia Savastano (Baronesa de Lessa)
Luiz Silvestre (Capitão do Mato)
Felipe Chevalier (Epaminondas)
Tati Scaglioni (Eponina)
Pablo Oliveira (Lourenço)
Gustavo Spina Vargas (Ministro Cotegipe)
Andrei Scafi de Vasconcelos (Souza Dantas)
Igor Lazarini (André Rebouças)
Fábio Tavares (Feitor)
Mauricio Reti (Dr. Maranhão)
Emerson Davi (Teonito)
Ricardo Ferrianci (Escravo Fugitivo)
Cintia Silva (Dama 1)
Dedé Duarte (Dama 2)
Itamara Bueno (Dama 3)
Luis Fernando Generoso (Zé do Congo)
Nathalia Cabral (Jeronima)
Hyago Gomes Silva (Escravo Criança 1)
Renan William (Escravo Criança 2)
Yasmin Moura (Escrava Alforria 1)
Adriane Mattos (Escrava Alforria 2)
Ana Cláudia Silva (Escrava Alforria 3)
Jéssica Ellen (Escrava Alforria 4)
Manoel Lima (Juiz)
So-lor Tyheran (Jurado 1)
Bruno Nabuco (Jurado 2)
Rafael Grisoste (Jurado 3)
Elysiario Strada (Jurado 4)
Bruno Secco (Jurado 5)
Weverton Philliph (Jurado 6)
Pietra (bebê Inocência)

Participação Especial:
Bruno Pacheco (Dr. Pyraja)

Produção:
Felipe Chevalier
Natália Endo
Tony Xavier

Produção Executiva:
Julia Costa

Direção de Fotografia:
Sou Vini

Câmera:
Tony Xavier

Edição e Finalização:
Douglas Jefferson

Direção de Arte:
Dimas de Oliveira Junior e coletivo

Assistência de Direção:
Roni Andrade
Bruno Pacheco

Casting:
Dimas de Oliveira Junior
Luan Sávio

Elenco de Apoio:
Vera Generoso

Caracterização Visual:
Lucia Cavalheiro
Luana Dias

Trilha Sonora Oficial:
"Banzo", Rafael Peretta, Leando Poletti, Max Cleber

Trilha Acidental:
"A Truta" ("Die Forelle"), Schubert
"Valsa Minuto", Chopin
"Saudade", Cícero Euclides
"Clarinet Concerto in A K. 622, II, Adagio,", Mozart
"Coppélia", Act I : 4. Mazurka - Saint Petesburg Radio and TV Symphony Orchestra
"Symphony No. 7 in A Major op. 92 - Alegretto", Beethoven
"Moonlight Sonata" - 1st Movement, Beethoven
"Before Dawn", de Audionautix
"Love Harvest", Kevin MacLead
"King's Men", Biz Baz Studio
"Tribal Affair", SYBS


Oficina de Arte Rosina Pagan


Opremido quer ser opressor.
Sra sao bons pra eles. Malvadeza por sermais vvranca. Tronco. 
Escravos intervém pedindo que Zabé convença a desistir, sem sucesso, Saluatiana concotda.




Análise crítica
Por Fiametta Franchin

Com tantos fatores intensos sobre história, nacionalidade, patriotismo, brasilidade, discussão étnicas, identidade nacional, humanismo e humanidade, assisti à série num só fôlego. 

A despeito das questões muito repisadas sobre a escravidão no Brasil, o olhar não maniqueísta sobre o ser humano foi o mais assolador durante todo a série.

Tal como o título, toda a obra foi perpassada pela dualidade intrínseca a todas as coisas.

Ao contrário da visão polarizada do bem versus o mal, vemos a humanidade das pessoas oscilantes entre atos bons e atos maus.

Recordei-me de um Professor que, certa vez, revelou a inexistência de um todo bem ou todo mal. Que a pessoa humama, toda ela, apresenta tendências para a prática de bons ou maus atos, sem que seja possível classoficá-la em um ou outro rótulo e encerrá-la de per si.

Todas as personagens demonstram suas inclinações para a prática do bem e do mal. Não há vilões, nem mocinhos, estabelecidos.

Maria Letícia, aparentemente, a vilã do enredo, responsável pela morte da escrava Inocência, possui atos de compaixão, coragem, bravura generosidade, arrependimento, em última instância, de bondade.


Fernão